Abertura do 8º EEBAN/MS reúne bancários, dirigentes sindicais e autoridades em Dourados
Na noite desta sexta-feira, dia 26 de abril, aconteceu a solenidade de abertura do 8º EEBAN/MS (Encontro Estadual dos Bancários de Mato Grosso do Sul), reunindo bancários, bancárias, dirigentes sindicais e autoridades na cidade de Dourados-MS.
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A mesa das autoridades foi composta pelos presidentes dos sindicatos dos bancários de Dourados, Carlos Longo, de Campo Grande, Neide Rodrigues, e de Ponta Porã, Marcelo Lugo, da secretária de Mulheres da Contraf-CUT, Fernanda Lopes, da deputada federal Erika Kokay, da deputada estadual Gleice Jane, do vereador Elias Ishy, do presidente da CUT/MS, Vilson Gregório, e o Sindicato Municipal dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação de Dourados-MS, Thiago Coelho.
Como anfitrião do evento, o presidente do SEEB-Dourados, Carlos Longo, agradeceu a presença de todos e lembrou que esse encontro só foi possível graças à união dos trabalhadores para vencer a batalha eleitoral de 2022. "Se nós não tivéssemos ganhado lá em 2022 e mudado o governo,não estaríamos aqui hoje, os sindicatos e as centrais não estariam aqui. Por isso, é muito importante eleger pessoas comprometidas com a classe trabalhadora, como a nossa palestrante e deputada federal Erika Kokay, que faz na Câmara Federal um trabalho fantástico e tem sido fundamental na luta da classe trabalhadora, especialmente na categoria bancária, lutando, por exemplo, contra a privatização dos bancos públicos", afirmou presidente.
No seu discurso, a presidente do SEEBCG-MS, Neide Rodrigues, destacou a importância da mesa de autoridades tão representativa, com diversas mulheres, sendo essa uma das pautas prioritárias do movimento sindical bancário: a paridade. “O EEBAN é um momento importante para debater essa e outras pautas e fazer a construção da luta para o futuro. Precisamos construir a nossa minuta regional para apresentá-la nas conferências e, assim, aprovar as nossas reivindicações que serão entregues à Fenaban. Sabemos que as negociações com os bancos não são fáceis e, por isso, precisamos estar unidos, trabalhadores e sindicatos", alertou Neide. A presidente do sindicato também fez questão de agradecer a delegação do SEEBCG-MS no encontro.
Os bancários da base do SEEB de Ponta Porã e Região estão participando, pela primeira vez, dos debates do EEBAN/MS. O presidente da entidade, Marcelo Lugo, disse que isso só foi possível porque um grupo de bancários decidiu se unir e concorrer às eleições do sindicato. “Iniciamos uma luta para poder participar e contribuir com o debate nacional da categoria bancária, trazendo os anseios e os problemas dos trabalhadores da fronteira. Estamos muito felizes por poder mudar os rumos do nosso sindicato e contribuir com esse processo da categoria bancária em prol dos nossos direitos”, disse.
A importância do EEBAN como pontapé inicial da Campanha Nacional dos Bancários também foi destacado pela secretária de Mulheres da Contraf-CUT e coordenadora dos Funcionários do Banco do Brasil, Fernanda Lopes. “Isso aqui é o início da nossa campanha, o ponta a pé, porque sabemos que ainda temos muito para alcançar em nossa categoria, que sofre muito com as cobranças de metas e o adoecimento. Não dá para um bancário sair de casa para ir trabalhar, exercer seu papel e adoecer. Então, precisamos rever a forma de cobrança de metas e refletir sobre até onde é legítimo cobrar uma pessoa para que ela cumpra algo que nunca tem fim. E esse é o momento, a nossa Campanha Nacional".
O presidente da CUT/MS, Vilson Gregório, também ressaltou que a mobilização a favor dos direitos não pode parar. "Na última eleição, conseguimos eleger um governo e uma bancada federal em favor dos trabalhadores, mas isso não é suficiente para governar e garantir nossos direitos. A luta precisa continuar, porque ainda vemos ataques aos nossos direitos, no caso dos bancários, estamos vendo a imposição do ritmo de trabalho, a priorização dos lucros, metas mais altas em detrimento ao adoecimento da categoria, mas nós da classe trabalhadora podemos impedir isso, precisamos nos unir e ir para a luta. Além disso, na próxima eleição, precisamos eleger vereadores e vereadoras para nos dar suporte, chega de eleger falsos representantes”, disse.
Conjuntura Política e Econômica
Depois da abertura do evento, a deputada federal Erika Kokay, que é bancária aposentada da Caixa e ex-presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, ministrou a palestra “Conjuntura Política e Econômica – Reflexos na classe trabalhadora e a correlação de forças no Congresso Nacional”.
A deputada federal lembrou que o Brasil está no momento de reconstrução e apontou os aspectos que permearam a sociedade brasileira frutos da extrema direita, como a construção de inimigos imaginários, para que a população viva numa condição de medo, e com o contínuo negacionismo, não só da ciência, mas o negacionismo estrutural, a negação da própria realidade.
“Dentro desta realidade construída, dessa realidade mentirosa, só cabe quem pensa da mesma forma. Portanto, nós vivenciamos um processo de extremo ataque à democracia,é de extremo ataque ao desenvolvimento da política, enquanto instrumento de construção de consensos, de construção de direitos, porque a democracia é fundamental para a construção dos direitos”, disse.
Erika Kokay lembrou que houve um rompimento democrático. “A democracia ainda estava em construção e precisava ser acarinhada, acalentada. Quando ela foi ferida, surgiu uma série de expressões de ódio, uma série de expressões de negação do outro, de dizer que o outro só podia existir se pensasse como você pensa, se tivesse os mesmos credos que você tem. Então, nós vivenciamos um processo que estava nos subterrâneos do próprio país e que rompe com muito ódio e com muito desprezo para o povo brasileiro”.
A deputada ainda lembrou que, durante o governo anterior, grande parte das categorias ficaram sem recuperar ou sem ter qualquer ganho real. “O salário mínimo não teve ganho real. O Brasil voltou a conviver com a fome. Então, portanto, nós tivemos a destruição dos direitos que se expressou na terceirização, em seguida da reforma trabalhista e, por fim, também na reforma da Previdência. Precisamos rever essas reformas, porque nós precisamos construir outros parâmetros”.
Erika Kokay falou também sobre a importância da nova proposta da reforma tributária para os trabalhadores e trabalhadoras. “Por isso, estamos com essa reforma tributária que tem pelo menos três S: seja solidária, sustentável e saudável. E essa proposta que o governo entrega, isenta a cesta básica, estabelece impostos diferenciados para produtos que são nocivos à própria saúde ou ao meio ambiente e estabelece o cashback, que é a condição da população de baixa renda receber de volta parte dos impostos que ela pagou. Isso significa trabalhar para termos um país com mais igualdade”, destacou.
A deputada destacou a falta de comprometimento dos bancos com o desenvolvimento do país, lembrando do planejamento estratégico da Fenaban na década de 90, em que o sistema financeiro investiu mais de 15 vezes em tecnologia que o sistema dos EUA e , assim, demitindo milhares de bancários. “Nós tínhamos mais de 1 milhão de bancários e bancárias e hoje um serviço que era feito pelo bancário é feito pelo cliente. E o cliente ainda paga muito caro por isso, porque um banco como o Itaú lucra quase três vezes que a sua folha de pagamento só com prestação de serviço, onde o centro são as tarifas bancárias”.
A deputada lembrou ainda a luta pela aprovação da convenção da OIT que estabelece enfrentamento ao assédio moral, a luta contra a extrema direita e seus projetos no Congresso Nacional, a importância de ter mais mulheres nos espaços de poder, a exemplo do legislativo, a luta contra a privatização dos bancos públicos e também continuar com um política pública pensada no povo brasileiro. “Mas a vida exige de nós coragem. Lutemos como sabem lutar os bancários e as bancárias do nosso país e do Mato Grosso do Sul”, finalizou Erika.
Programação
O 8º EEBAN/MS segue com a programação durante todo o sábado, dia 27, com debates sobre o sistema financeiro, as negociações salariais das demais categorias e o andamento da Campanha Nacional dos Bancários de 2024.
O encontro tem como objetivo discutir e aprovar as propostas regionais que serão encaminhadas à Conferência Regional da Federação dos Bancários da Região Centro-Norte (em maio) e à Conferência Nacional dos Bancários (em junho), para a definição da minuta geral de reivindicações da categoria a ser discutida com a Fenaban na Campanha Salarial 2024.
Veja a programação deste sábado, dia 27 de abril:
8h - Composição da mesa para início dos trabalhos
8h15 - Discussão e aprovação do Regimento Interno
08h30 - Painel sobre: Conjuntura do Sistema Financeiro e os retrospectos das negociações de outras categorias - com Andreia Ferreira, Supervisora Técnica do Dieese/ER-MS
09h30 - Painel sobre Campanha Nacional e Negociação Coletiva dos Bancários - com Fernanda Lopes, Secretária de Mulheres da Contraf-CUT
10h30 - Debates com os/as delegados/as sobre as exposições
12h - Intervalo para almoço
13h30 - Reinício com trabalho de grupos para discussão dos temas
15h - Plenária Final - Apresentação dos debates nos grupos
16h - Eleição dos(as) delegados(as) para a Conferência Regional da FETEC-CUT/CN
16h30 - Encerramento
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Por: Comunicação do SEEBCG-MS