Embora alguns meios de comunicação queiram distorcer os fatos e chamar os manifestantes de baderneiros é preciso ficar claro que em nenhum momento ninguém dos movimentos sociais atirou pedras ou qualquer outro objeto na Câmara ou nos policiais, muito pelo contrário, a todo momento era pedido através do carro de som para que as pessoas não revidassem os tiros e as bombas arremessadas pelos policiais, que diga-se de passagem usaram de força desproporcional, atirando balas de borracha e bombas indiscriminadamente nas pessoas, a maioria pacífica como uma senhora que acabou sendo atingida por uma bala tendo que ser socorrida pelo Samu. As Entidades sociais, dentre elas o Sindicato dos Bancários de Dourados e Região, que sempre estiveram na luta em defesa da ética e da transparência com a coisa pública tem se manifestado desde o dia em que veio a tona o escândalo de corrupção no município. Na última segunda-feira, mais uma vez os manifestantes estiveram na sessão da Câmara para pedir o afastamento imediato de todos os envolvidos, inclusive os indiciados, pois entendem não ser possível depois de tudo que fizeram continuarem no poder para possivelmente destruir provas, intimidar testemunhas e pior que tudo isso continuarem roubando dinheiro público da Saúde, Educação, Habitação e outras. Em nenhum momento os manifestantes defenderam depredação do patrimônio Público, incitação a violência ou qualquer ato que pudesse colocar em risco vidas ou o patrimônio público. Porém, um ato desnecessário dos policias que lá estavam para garantir a ordem acabou por ocasionar o tumulto. O fato é que quando o diretor e ex-presidente do Sindicato dos Bancários de Dourados, João Alfeu Simioni pediu para entrar na sessão, até porque as pessoas que do lado de dentro estavam garantiram que cabiam pelo menos mais 50 pessoas, quando Simioni argumentava educadamente com os policiais esses simplesmente o agarraram pelos braços e lhe deram voz de prisão. Esta atitude desnecessária e desrespeitosa dos policiais foi que levou ao descontrole total de algumas pessoas que estavam do lado de fora, inclusive a maioria absoluta de pessoas não ligadas aos movimentos sociais, mas que igualmente e com razão estão indignadas com os ladrões que estão no poder hoje na Câmara de Vereadores de Dourados. Essa é a verdade dos fatos, tanto é que depois que os ânimos foram controlados, os responsáveis pelo movimento conversaram com o comandante do policiamento exigindo a sua liberação, este entendeu que realmente Simioni não tinha nenhuma culpa no ocorrido e determinou a sua imediata liberação. As manifestações vão continuar, inclusive na tarde de ontem, 14/9, o protesto foi em frente ao fórum onde novamente os movimentos sociais pediram o afastamento imediato dos envolvidos, não apenas dos que foram presos, mas inclusive dos indiciados. A liberdade de expressão é um direito fundamental consagrado na Constituição Federal de 1988, no capítulo que trata dos Direitos e Garantias fundamentais e funciona como um verdadeiro termômetro no Estado Democrático. Quando a liberdade de expressão começa a ser cerceada em determinado Estado, a tendência é que este se torne autoritário. A liberdade de expressão serve como instrumento decisivo de controle de atividade governamental e do próprio exercício do poder. O princípio democrático tem um elemento indissociável que é a liberdade de expressão, em contraposição a esse elemento, existe a censura que representa a supressão do Estado democrático. A divergência de idéias e o direito de expressar opiniões não podem ser restringidos para que a verdadeira democracia possa ser vivenciada. É de se estranhar que setores, ou um setor da mídia, tente calar a voz rouca das ruas ao tentar distorcer os fatos tentando jogar a opinião pública contra os movimentos sociais. Defendemos a liberdade de imprensa para garantir a democracia, mas só chegaremos a plena democracia com imprensa séria, liberdade de expressão e sem distorções dos fatos.