120 anos da Abolição mas há de ter Dignidade
Há 120 anos, no dia 13 de maio de 1888, os negros do Brasil conquistavam a tão sonhada abolição. O momento é de pensar sobre os 120 anos da abolição da escravatura e as desigualdades sociais que vivem os negros no Brasil. A história mostra que os negros tiveram grande participação na luta pela liberdade. Foram comuns as revoltas nas fazendas em que grupos de escravos fugiam, formando os famosos quilombos, que eram as comunidades organizadas onde os integrantes viviam em liberdade, por meio de uma organização comunitária, a exemplo do que existia na África. Nestes quilombos, os negros podiam praticar sua cultura, falar sua língua e exercer seus rituais religiosos. O mais famoso Quilombo de que se tem notícia foi o de Palmares, liderado por Zumbi que no dia 20 de novembro de 1695 foi martirizado, razão pela qual, hoje, nesta data, se celebra o Dia da Consciência Negra. Seguindo a história, em 1880, diversos movimentos de políticos, artistas, estudantes e intelectuais já estavam envolvidos pela causa abolicionista. Neste ano, políticos importantes, como Joaquim Nabuco e José do Patrocínio, criaram, no Rio de Janeiro, a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão, que estimulava a formação de outras agremiações semelhantes pelo Brasil. Enfim, não é de hoje que a luta por uma vida digna aos negros acontece. Mas grande questão é: Hoje os negros tem o que comemorar? Para o professor Jaime Tadeu da Silva, presidente da Associação Cultural de Negritude e Ação Popular (ACNAP), várias ações já mudaram em benefício dos negros, mas ele alerta para o muito que ainda falta ser feito. O presidente da ACNAP disse que 13 de maio, significa para a comunidade negra como um dia de protesto e não comemorações. "Nós conseguimos inverter na comunidade o sentido das comemorações, no dia 13 de maio, significa para nós um dia de protesto contra o periodo da escravidão, enquanto que no dia 20 de novembro, nós então comemoramos do Dia da Consciência Negra".