Vice de Habitação assume o comando da Caixa
Dentro do processo de reforma ministerial do governo Michel Temer (MDB), anunciado no final de semana, Gilberto Occhi deixou o cargo de presidente da Caixa Econômica Federal para assumir o Ministério da Saúde, substituindo Ricardo Barros, que vai concorrer nas eleições deste ano.
Com isto, assumiu o comando da Caixa na manhã de segunda-feira (2/04), em Brasília (DF), em cerimônia no Palácio do Planalto, Nelson Antônio de Souza, que ocupava até então a Vice-Presidência de Habitação do banco.
Diante da mudança no comando da Caixa, o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, frisa que, independentemente de quem esteja no comando do banco, empregados, entidades representativas e sociedade estarão prontos para barrar ameaças contra o seu caráter 100% público, lutando para que ele continue parceira estratégica do Estado na execução de políticas públicas, sobretudo em prol dos brasileiros mais carentes.
“Sempre que a tese da privatização ou política de fatiamento ocupa o centro do debate no cenário político e econômico do país, nos mobilizamos e as propostas tendem a não avançar. Na década de 1990, houve perdas de direitos trabalhistas, anos sem reajuste salarial e demissões, tudo para enfraquecer o banco. Resistimos e impedimos a privatização. É hora de intensificar a mobilização contra tudo isso novamente, como fizemos no ano passado e barramos a transformação da Caixa em Sociedade Anônima”, afirma Jair Ferreira.
Para Rita Serrano, representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa e dirigente da Fenae, avalia a mudança com ressalvas. “Considero positivo o fato de o novo presidente ser empregado de carreira, porque isso valoriza a Caixa e seu corpo funcional. Mas não creio que a mudança traga grandes alterações nos rumos do banco, já que a política do governo é predominante e tem como pretensão diminuir o tamanho da Caixa”, observa.
Dionísio Reis, coordenador da CEE (Comissão Executiva dos Empregados) e diretor da Região Sudeste da Fenae, considera imprescindível que o novo presidente, que já foi diretor de Pessoas do banco, adote uma política de transparência administrativa baseada no diálogo permanente com as entidades representativas e em relações de trabalho dignas e democráticas.
“A compatibilização do papel social com a atuação comercial da Caixa passa, necessariamente, por um quadro de empregados devidamente valorizado. O conhecimento técnico de seus trabalhadores, somada à sua estrutura capilar, será imprescindível para que a Caixa implante um projeto sintonizado com as demandas sociais do País. Nesse sentido, o diálogo com a categoria é fundamental”, diz Dionísio.
Nelson Antônio de Souza iniciou carreira na Caixa em 1979. Na empresa já ocupou os cargos de diretor-executivo de Gestão de Pessoas, chefe de gabinete da Presidência e superintendente nacional da região Nordeste e do FGTS. Em 2014, assumiu a Presidência do BNB (Banco do Nordeste do Brasil) e, em agosto de 2015, tomou posse como vice-presidente de Habitação da Caixa.
Fonte: Fenae