Pedro Guimarães tentou esconder escândalo da Caixa
Ex-presidente da Fenae foi perseguido e condenado por denunciar ao crime que posteriormente foi exatamente o que levou à demissão o ex-presidente da Caixa
Na tentativa de ocultar as denúncias de assédio, o ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães, promoveu lawfare, que consiste no uso do aparelho judicial para destruir inimigos, contra o ex-presidente da Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal) e fundador do Instituto Datagênio, Pedro Eugênio Beneduzzi Leite, que faleceu no ano passado antes do escândalo vir à tona.
Pedro Eugênio era um líder sindical com expressiva atuação na luta dos empregados da Caixa, pois mesmo aposentado tinha um instituto de pesquisa. Com 15 mil seguidores nas redes sociais, recebeu denúncias dos trabalhadores da estatal nos primeiros meses do governo Bolsonaro. A partir disto, começou a escrever de maneira informal sobre os casos.
Por se incomodar com a situação, Pedro Guimarães entrou com ação contra Pedro Eugênio pedindo indenização milionária. Houve pena cominatória de R$ 10 mil por cada post que mencionasse o ex-presidente da instituição financeira ou a Caixa. A ação correu em segredo de Justiça e constrangeu Eugênio. Ele tinha que parar de falar e dar a entender que não havia mais denúncias contra a empresa.
Apesar de o processo ter sido extinto depois da morte de Pedro Eugênio, Guimarães foi demitido exatamente pelas denúncias de assédio que Eugênio fazia no início de 2019.
Fonte: Seeb-Bahia