Caixa Federal

17 de Janeiro de 2017 às 09:01

Fim do descomissionamento arbitrário: uma luta pela dignidade do trabalho na Caixa

Bancários do Rio denunciam punições da Caixa, após mobilizações dos empregados

No Rio de Janeiro, o RH 184 tem dado respaldo à retirada de funções de gerentes. Principais vítimas sofreram “punição” por participar das mobilizações

O que está acontecendo atualmente na Superintendência Regional Rio de Janeiro Norte é uma demonstração clara do respaldo dado pelo RH 184 às perseguições e afastamentos de função por motivos alheios ao desempenho dos comissionados. Depois de afirmar em sua posse que “em cabeça de gestor não cabe boné de sindicalista e que por isso muita gente iria ficar no meio do caminho”, o superintendente retirou a função de três gerentes e rebaixou outro que obteve o segundo melhor resultado da SR Norte. O “crime” deles? Terem participado ativamente das mobilizações da Campanha Nacional dos Bancários de 2016, que, entre outras reivindicações, pedia o fim dos descomissionamentos arbitrários.Bancários denunciam punições da Caixa, após mobilizações dos empregados

Casos como esses e outros absurdos, como o descomissionamento de mulheres grávidas, só são possíveis porque o RH 184 dá legitimidade a medidas discricionárias, já que não há critérios técnicos que embasem decisões de cima para baixo, e que não levam em conta a dignidade e respeito ao trabalhador. Antes de ter uma função, o bancário da Caixa é um empregado concursado, comprometido com a empresa e que tem todo o interesse em manter sua função, que representa parte importante e significativa de seu salário.

Com 13 anos de Caixa e 11 anos de função, a bancária Simone Saturnino Braga foi uma das destituídas. Ela disse que a fragilidade das alegações para a retirada de função é patente e que se preciso buscará na justiça a reparação desse dano a sua carreira. “Estou recebendo todo o apoio do Sindicato e sei que será uma luta dura, mas não posso deixar que meu desempenho seja questionado dessa forma, tenho orgulho do trabalho que realizo”, afirma ela. Simone lembra ainda que, pelos critérios definidos pelo próprio Superintendente como base para sua avaliação dos gestores, sua agência ficou em oitavo lugar, entre 46 agências da Superintendência.

Segundo informações do Sindicato dos Bancários do Rio, à época das paralisações, gestores da Superintendência Regional Sul sofreram retaliações, perdendo suas eventualidades e oportunidades de substituição. Muitos foram transferidos de unidades. Gestores da Superintendência Oeste foram perseguidos e ameaçados.

“Agora a Regional Norte, onde houve a segunda maior adesão à paralisação, sofre com o autoritarismo e o desrespeito aos direitos dos trabalhadores. Profissionais competentes são punidos sem critérios, justificativas ou qualquer oportunidade de defesa” lamenta Paulo Matileti, vice-presidente do Sindicato e presidente da Apcef/Rio. A presidente do Sindicato, Adriana Nalesso, reafirmou seu compromisso de encaminhar a luta contra o RH 184 e manifesta seu total apoio aos empregados da Caixa, contra abusos e perseguições em retaliação a quem exerceu seu direito de fazer greve.

Para o coordenador da CEE/Caixa, Dionísio Siqueira, é preciso que os empregados reforcem a luta contra o RH 184, em defesa da Caixa 100% Pública e contra atos de autoritarismo, que estão se espalhando pelo país. “Infelizmente, no GT que tratou do tema o banco mais tentou impor unilateralmente a nova versão 33 do RH 184, insistindo na tese do ‘justo motivo’ para continuar com a prática. Mas isso vai de encontro à proposta construída a partir das reivindicações da categoria, colhidas em uma ampla consulta nacional e é por ela que continuaremos a lutar” diz.

Fonte: Fenae



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