Conselheiro eleito da Funcef explica o caso da Sete Brasil quando foram auferidos resultados negativos na Funcef
Certas coisas são repetidas com tanta frequência que tomam ar de verdade e não são. Por essa razão, o conselheiro fiscal da Funcef Valter San Martin Ribeiro (suplente) esclarece as inverdades que vêm sendo vinculadas sobre a Sete Brasil Participações S.A.
Diante dos questionamentos dos participantes, vale ressaltar que a Sete Brasil foi concebida para oferecer ao mercado um serviço inovador, que ainda não era disponível no país, como sondas de perfuração de última geração para alcançar os poços localizados na área do Pré-Sal.
O investimento em Sete Brasil, em 2011, foi realizado quando havia uma perspectiva positiva dos mercados nacional e internacional de petróleo, com projetos de expansão da Petrobrás, com a descoberta do Pré-Sal, entre outros fatores.
Mas segundo os conselheiros da Funcef, após deflagrada a Operação Lava Jato, bancada por uma tempestade de efeitos de interesses internacionais, toda a indústria naval, na época, foi abalada, com a criminalização da Petrobras, dos operadores, do BNDES, afetando toda a economia do país.
Um estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontou que o impacto da operação Lava Jato para a economia brasileira causou perda de 4,4 milhões de empregos e um prejuízo de R$ 172,2 bilhões, que deixaram de ser investidos no país de 2014 e 2017. Desse montante, somente no setor petrolífero o país deixou de receber cerca de R$ 104,3 bilhões em investimentos.
“Com a clara intenção de atender a interesses estrangeiros, a Operação Lava Jato se empenhou na destruição da maior empresa estatal brasileira, e isso contribuiu muito para a destruição da economia do país, afetando inclusive os fundos de pensão”, disse o conselheiro eleito da Funcef Valter San Martin Ribeiro.
Sete Brasil deixando às claras
A Sete Brasil, empresa criada para gerenciar as sondas do Pré-Sal para a Petrobrás, foi vencedora de duas licitações de 28 sondas, compostas por dois lotes. O primeiro foi composto por 7 sondas e o segundo, por 21. Todas construídas no Brasil, observando o conteúdo mínimo nacional de 55% a 65%, sendo distribuídas entre cinco estaleiros.
O que poucos sabem é que a Petrobrás, na época, encontrou uma reserva, chamada Pré-Sal, a principal reserva de petróleo em águas profundas do mundo. Gigantesca. “E foram descobrindo aos poucos o tamanho dessa reserva, aproximadamente 11 bilhões do índice de petróleo do mundo”, explicou o conselheiro.
A Petrobrás, na ocasião, era operadora exclusiva de 6 blocos do Pré-Sal, precisando de aproximadamente 40 sondas para explorar todo esse potencial. Porém, ela já tinha licitado 12 sondas em critérios antigos, em 2008, que consistia em construir a sonda toda no exterior e trazer para o Brasil.
“A Sete Brasil foi criada a partir do momento que se descobriu uma reserva gigantesca e que se percebeu que a Petrobrás tinha muita tecnologia para explorá-la. A partir de então, a Agência Reguladora de Energia criou uma legislação pela qual você criava índice de nacionalização, que eram crescentes conforme o ano, observando o conteúdo mínimo nacional de 55% a 65%. Hoje, 75% do petróleo extraído no Brasil vem do Pré-Sal. Não há nenhuma dúvida em relação ao êxito. A Petrobrás tinha a necessidade das sondas e continua tendo. A Petrobrás, hoje, paga aluguel de sondas”, afirmou Valter.
Desenvolver a indústria naval, gerar 150 mil empregos diretos e indiretos, modelo inédito de negócio e socialmente importante. É para isso que a Sete Brasil foi criada.
Inversão dos fatos
A participação da Funcef na Sete Brasil se dá por meio do Fundo de Investimentos em Participações Sondas (FIP Sondas), do qual são também cotistas os bancos BTG Pactual, Santander e Bradesco, e os fundos de pensão Previ, Petros e Valia.
De acordo com o conselheiro, os fundos de pensão Petros, Previ e Funcef tomaram a mesma decisão que grandes bancos privados por investir no FIP. Mas vale ressaltar que os dirigentes do Bradesco, do Santander e do BTG não estão sendo processados e nem sequer foram citados. Os únicos que foram processados foram os fundos de pensão.
Ou seja, houve claramente uma inversão da fiscalização, que tratou fatores positivos como problemas. O Pré-Sal continua acontecendo e gerando resultados positivos. Só que esses resultados positivos, ao invés de ir para a Sete Brasil, fortalecendo a economia e o desenvolvimento sustentável brasileiro, estão indo para essas empresas estrangeiras.
Fonte: Seeb-Brasília