Caixa mantém intransigência sobre promoção por mérito
Banco quer a GDP como único critério para concessão do “delta”; representantes dos empregados apresentaram proposta, mas o banco não aceitou discutir novos parâmetros
O Grupo de Trabalho Promoção por Mérito voltou a se reunir na quinta-feira (2) para definir a sistemática da distribuição dos deltas para os empregados. Os representantes dos trabalhadores apresentaram uma nova proposta ao banco, considerando pontuações de frequência, cursos da Universidade Caixa e pontos extras para quem tiver o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).
No entanto, a Caixa reafirmou a proposta de utilizar o programa de Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP) como critério absoluto para avaliação da promoção por mérito referente ao ano de 2021, da seguinte maneira: concessão do primeiro delta para os empregados enquadrados no desempenho “superior” ou “excelente” (cerca de 62% dos empregados); e o segundo delta para quem apresentar desempenho “excelente”.
O coordenador da representação dos empregados no GT, João Paulo Pierozan, lembrou que a reivindicação era a distribuição de um delta de forma linear para todos os empregados não enquadrados nos impedimentos previstos pelo RH 176, mas os representantes estavam dispostos à negociação, desde que o banco considerasse também objetivos além da GDP. Sem avanço por parte da Caixa, o coordenador considerou a imposição da GDP inaceitável.
“Temos um impasse, de fato. Os parâmetros da GDP, como critério absoluto para promoção por mérito, não são aceitáveis porque excluem, automaticamente, quase 40% dos empregados para a concessão do primeiro delta. Propusemos um formato que poderia, inclusive, conciliar a GDP, mas a Caixa não considerou a negociação”, afirmou.
“Além de ser excludente, outro problema é a imposição dos critérios da GDP sem a discussão com os empregados. Avançaríamos se a Caixa possibilitasse a nossa participação na definição desses parâmetros”, destacou outro representante dos empregados no GT, Marcelo Lima.
André Sardão, também representante dos trabalhadores, reforçou a afirmação. “A GDP não é uma construção com o movimento sindical. É um projeto do banco com o único objetivo de vendas, esquecendo a formação do empregado e o atendimento social da instituição. A Caixa não é só metas”, disse.
A próxima reunião do GT deve acontecer nesta semana.
Veja a proposta dos representantes dos empregados:
Distribuição de 1,1 delta por empregado:
Frequência, valendo 20 pontos;
Curso da Universidade Caixa, valendo 20 pontos (podendo ser realizado até 28/02/2021);
Pontuação extra: 5 pontos para quem tiver o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) válido em 31/12/2020;
Pontuação extra: Ações de autodesenvolvimento, com 2 pontos por curso registrado no currículo;
(A pontuação extra teria limite de 10 pontos)
O empregado que alcançasse 35 pontos nesta sistemática receberia um delta. O segundo delta seria distribuído às maiores notas da unidade, até se esgotar o limitador de 1,1 delta.
Fonte: Contraf-CUT, com Fenae