Caixa Federal

16 de Dezembro de 2025 às 14:05

Caixa: Empregados apresentam reivindicações para Fabi Uehara

Empregadas e empregados da Caixa Econômica Federal de São Paulo participaram, na sexta-feira (5), de uma série de reuniões com a conselheira representante dos trabalhadores no Conselho de Administração (CA) do banco, Fabiana Uehara, para discutir condições de trabalho, mudanças nos modelos de atuação e impactos de programas recentes sobre o dia a dia nas unidades. Os encontros reuniram cerca de 30 trabalhadores de diferentes funções e superintendências da Região Metropolitana de São Paulo, Baixada Santista e Vale do Paraíba. As reuniões também contaram com a participação de dirigentes da Fenae, da Apcef/SP e da Agecef/SP.

Ao longo do dia, foram debatidos três grandes temas: o Programa Super Caixa, os problemas enfrentados pelo segmento Pessoa Jurídica (PJ) e os desafios do atendimento digital.

Super Caixa: críticas ao modelo “tudo ou nada”

O Programa Super Caixa concentrou boa parte das críticas apresentadas pelos empregados. A mudança nas regras de remuneração das vendas, implementada em julho de 2025, foi descrita como um modelo percebido por muitos como “feito para não pagar”, diante da ausência de diálogo prévio, da falta de critérios claros e do descompasso entre as regras aplicadas à matriz e às unidades de ponta.

Foram apontadas dificuldades para atingir os índices exigidos de “Alta Performance”, especialmente em razão de metas consideradas excessivas e da dupla penalização provocada por indicadores de Satisfação dos Clientes (CSAT) e de Negócios Sustentáveis (NS), que já integram o Resultado.Caixa (RC). Em novembro, por exemplo, apenas 1.601 unidades poderiam receber o Super Caixa, apesar de quase 1.900 terem alcançado o nível Azul.

Para a conselheira Fabiana Uehara, que é chamada apenas por Fabi, pelos seus colegas de trabalho, as manifestações reforçam a necessidade de rever o programa. “O que os empregados estão dizendo é que não pode haver valorização baseada em um mecanismo que ignora a realidade das unidades e o esforço diário de quem realiza a venda dos produtos da Caixa. Além disso, o diálogo precisa acontecer antes das mudanças, não depois”, afirmou.

Entre as sugestões apresentadas pelos trabalhadores estão a criação de alternativas ao modelo “tudo ou nada”, o uso de deflatores para reconhecer esforços individuais, a reavaliação da lógica de premiações e a criação de um comitê de empregados para debater mudanças antes de alterações sensíveis no programa. O impacto potencial do Super Caixa sobre cerca de 60 mil empregados, em um momento de lucro recorde do banco, também foi destacado.

Segmento PJ: falta de estrutura e competitividade

No segundo encontro, o foco foi o segmento Pessoa Jurídica. Empregados relataram dificuldades crescentes para manter o relacionamento com clientes em um mercado cada vez mais ágil, marcado por processos lentos, produtos pouco competitivos e falta de estrutura adequada. Um dos relatos sintetizou o sentimento geral: “A Caixa deveria mudar o mercado, em vez de correr atrás”.

As mudanças recentes na estrutura das Superintendências Regionais, como a criação da Gestão da Continuidade de Negócios (GCN) II PJ e a implantação do modelo de PA PJ (unidades exclusivas que funcionam dentro de agências tradicionais) ainda geram insegurança e ansiedade, especialmente pela concentração de informações na matriz e pelo curto prazo para implementação.

O diretor de Saúde e Previdência da Fenae e presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros, destacou a importância de ouvir quem atua diretamente no segmento. “Os empregados estão alertando que a PJ não recebeu a prioridade necessária em termos de estrutura e processos. Sem isso, as metas se tornam cada vez mais difíceis de alcançar e o desgaste só aumenta”, avaliou.

As entidades presentes reforçaram que acompanharão de perto os desdobramentos e cobraram que a Caixa coloque efetivamente o segmento PJ entre suas prioridades estratégicas.

Atendimento digital: necessidade de equilíbrio e escuta

O dia terminou com uma reunião dedicada às equipes do atendimento digital. Os participantes apontaram o desequilíbrio das carteiras, com diferenças extremas no número de clientes por empregado, e criticaram a migração de clientes sem planejamento adequado, descrita como um processo “artesanal”.

Apesar de a “centralidade no cliente” ser um discurso recorrente, os empregados relataram que a pressão por produtos e resultados ainda impede que essa diretriz se consolide na prática. Entre as propostas apresentadas, ganhou destaque a divisão dos resultados entre o detentor da carteira e o executor da venda, como forma de reduzir conflitos e concorrência interna.

A presidenta da Agecef/SP, Fernanda dos Anjos, ressaltou o engajamento das equipes. “Quase 40 colegas contribuíram com relatos e ideias. Isso mostra disposição para construir soluções, desde que a empresa esteja aberta a ouvir e ajustar seus modelos”, afirmou.

Como encaminhamento, foi apontada a necessidade urgente de equilibrar as carteiras conforme critérios já normatizados e de ampliar a escuta ativa junto aos trabalhadores do segmento digital.

Diálogo como caminho

Para Fabi Uehara, as três reuniões evidenciaram um ponto comum: a importância do diálogo permanente. “As contribuições mostram que há conhecimento, compromisso e vontade de fazer a Caixa funcionar melhor. Cabe à empresa transformar essa escuta em mudanças concretas, valorizando quem sustenta o banco todos os dias”, concluiu.

As entidades representativas reforçaram que seguirão acompanhando os temas debatidos e cobrando da direção da Caixa soluções que respeitem os trabalhadores e fortaleçam o papel público do banco.
 



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