Itaú demite e lucra R$ 10,6 bilhões no terceiro trimestre
Balanço trimestral do banco foi divulgado segunda-feira (04/11). A alta anual é de 18,1%. Os bancários estão adoecendo com assédio por metas impossíveis
O Itaú reportou lucro recorrente gerencial de R$ 10,675 bilhões referente ao segundo trimestre de 2024. A cifra é 18,1% maior que a registrada um ano antes.
Tudo com demissão e assédio por metas
Nos últimos doze meses, o Itaú fechou 1.785 postos de trabalho e 175 agências, intensificando a carga de trabalho para aqueles que permanecem no banco. A prática de terceirização já afeta 3.500 trabalhadores no estado de São Paulo, agravando a precarização das condições de trabalho e o adoecimento dos bancários. Demissões por justa causa se tornaram frequentes, baseadas em motivos que muitas vezes desconsideram o contexto dos trabalhadores, como nos casos de advertências aplicadas a funcionários com a prova de Certificação Profissional Anbima (CPA) marcada.
Além das demissões, a sobrecarga e o ambiente tóxico fazem com que o assédio moral e o adoecimento sejam problemas comuns entre os bancários. Casos de doenças psíquicas relacionadas ao trabalho no Itaú já representam 90% dos atendimentos dos sindicatos. Em vez de apoio, muitos trabalhadores recebem telegramas de abandono de emprego quando adoecem, uma atitude que reflete o desrespeito do banco em relação à saúde dos seus funcionários.
Números bilionários
O retorno sobre patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) anualizado do maior banco privado brasileiro foi de 22,7%, com crescimento de 1,6 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2023.
A carteira de crédito total ajustada da instituição financeira bateu R$ 1,278 trilhão, com crescimento anual de 9,9%.
A margem financeira gerencial foi de R$ 28,512 bilhões, com alta de 8,5% ante o mesmo período de 2023.
A margem com clientes do banco foi de R$ 27,455 bilhões, com crescimento anual de 7,4%. Já a margem com o mercado, de R$ 1,05 bilhão, com expansão de 47,7%.
O índice de inadimplência total do banco, para empréstimos com mais de 90 dias de atraso, sofreu um recuo de 0,4 ponto percentual, na mesma base de comparação, para 2,6%.
Fonte: Seeb-Santos