Sindicato denuncia privatização do Banco do Brasil

Se os funcionários da instituição não reagirem os brasileiros vão perder a maior instituição financeira e pública do país.
Isso serve de alerta também para os empresários, agricultores e pecuaristas que dependem do banco para manter seus negócios. O Alerta é do Sindicato dos Bancários de Dourados e Região-Ms, que teve acesso ao movimento patrimonial do banco e constatou que o governo Temer está vendendo todo o patrimônio nacional na surdina e com o aval da grande mídia que não faz qualquer alarde.
O Banco do Brasil está na lista das empresas públicas desmontadas e preparadas para ser vendida ao capital privado internacional.
Nos dois primeiros meses desse ano, por exemplo, o governo vendeu mais de 18 milhões de ações do BB que estavam no FSB (Fundo Soberano do Brasil).
O Movimento Sindical alerta que, com a medida, o governo dá mais um passo para privatizar o banco, que é uma importante instituição para o país e fundamental para o desenvolvimento do país.
A venda ainda não terminou. Mas, a previsão inicial, que era 2019 foi revista e ao que tudo indica deve encerrar ainda neste ano se nada for feito.
O objetivo é acabar, a participação da União no capital do Banco do Brasil e então, cairá dos atuais 54,4% para 50,73%. Com esse montante o governo que é o maior acionista fica sem forças e inicia o processo de venda do banco.
Assim como fez em outros momentos da história, o movimento sindical amplia a luta em defesa das empresas públicas. No Mato Grosso do Sul, o Sindicato dos Bancários de Dourados e Sindicato dos Bancários de Campo Grande realizou quatro audiências públicas para denunciar esse desmonte juntamente com o deputado estadual João Grandã-PT, que é diretor sindical bancário.
O funcionário do BB e a sociedade precisa participar. As estatais são essenciais para a soberania nacional e no combate as desigualdades sociais, mas não significa perda apenas para o funcionalismo e desmonte do BB, significa a demissão de milhares de trabalhadores terceirizados das áreas de apoio, como limpeza, telefonia e segurança. Vão prejudicar o atendimento do público mais necessitado, principalmente das regiões mais afastadas e carentes onde muitos municípios e estados falidos deixam de pagar os servidores e aposentados e o BB tem socorrido essas cidades.
O BB há cerca de um ano fechou 500 agências e transformou outras 400 em postos de atendimento. Cortou aproximadamente 10 mil funcionários sem repor um sequer, prejudicando terrivelmente o atendimento o atendimento a todos os tipos de clientes. Muito tiveram suas contas migradas para agências sem condições de atendimento, já que o número reduzido de funcionários tem provocado horas de espera para realizar serviços necessários dentro das agências.
No início de 2018, o BB numa ação ousada anunciou nova reestruturação com fechamento de várias outras unidades em todo o país, com a centralização de serviços em outras localidades e a eliminação de 1,2 mil caixas nas agências, repetindo o mesmo quadro de piora no atendimento aos clientes.
Estudos revelam que nos últimos anos, a Caixa e o Banco do Brasil foram fundamentais para manter o crescimento do país, investindo do acesso da população aos serviços bancários e na expansão do crédito. Segundo o professor do Instituto de Economia da Unicamp Fernando Nogueira da Costa, os bancos públicos têm papel crucial no acesso popular, ampliando a abertura de contas para trabalhadores formais e informais, e também na capacidade de financiamento produtivo, corrigindo falhas do mercado financeiro, baixando taxas e juros e cumprindo políticas públicas de cunho social.
“Os bancos privados têm como foco a área de investimento e a busca pelo lucro, beneficiando principalmente clientes de alta renda. Já os bancos públicos têm maior fonte de captação na poupança – 38% na Caixa e 20% no Banco do Brasil –, o que beneficia a população de baixa renda, e financiam setores menos lucrativos, como a habitação e a agricultura familiar, entre outros”, resume o professor da Unicamp.
Em outras palavras, os bancos públicos são essenciais porque há atividades e setores econômicos que os bancos como Itaú, Bradesco e Santander não têm interesse em participar. Assim, o Banco do Brasil e a Caixa são necessários para viabilizar políticas econômicas e sociais em áreas como habitação, saneamento, infraestrutura, educação, esporte, cultura e agricultura. Por isso, essas instituições tornam-se imprescindíveis para o desenvolvimento do país e para aumentar o bem-estar social da população.
As medidas de desmonte dos bancos públicos implementadas pelo Governo Temer impactam também a população rural. Um exemplo é o corte de 39% no orçamento destinado ao Pronaf, programa de fortalecimento da agricultura familiar operado pelo Banco do Brasil.