Funcionários do BB reivindicam negociação antes de retorno ao trabalho presencial
Banco do Brasil emitiu convite para trabalhadores se voluntariarem a voltar ao trabalho presencial, que acabou virando pressão dos gestores
A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) reforçou para a direção do banco, no início da noite desta quinta-feira (30), que ainda é cedo para o retorno ao trabalho presencial, já que a pandemia do coronavírus (Covid-19) continua com média de mortes acima de 500 casos por dia. Pontuaram também que a maneira como foi feita a convocação por parte do BB não foi correta.
“O banco divulgou que foi feito um convite para os trabalhadores se voluntariarem. Porém, no dia a dia, descobrimos que há uma pressão dos gestores, inclusive com ameaças, para os trabalhadores voltarem, independente da sua vontade. Não vamos aceitar este tipo de atitude. Por isso, queremos abrir esta negociação. Estamos pré-dispostos à negociação, mas o banco também precisa querer negociar e não pensar tomar essas atitudes arbitrárias”, afirmou o coordenador da CEBB, João Fukunaga.
O coordenador reivindica o fim da pressão para o retorno imediato, pois este processo precisa ser programado e gradual. “Os próprios locais de trabalho precisam ser preparados, pois atualmente não têm condições de receber todos os funcionários com os cuidados necessários para evitar riscos à saúde de todos. Isso leva tempo e tem de ser baseado em critérios técnicos”, completou.
A CEBB cobra a realização de exames médicos de retorno nos trabalhadores que voltarem ao trabalho presencial e a exclusão do processo de retorno dos trabalhadores de grupos de risco e dos que coabitam com pessoas deste grupo. “Quando mais se tenta antecipar o retorno ou o fim da pandemia, sem ela acabar, mais se demora para voltarmos a vida normal. A pressa e a falta de diálogo só geram desacordos e a demora em todo esse processo”, disse Fernanda Lopes, secretária de Juventude e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o BB.
“Aqui em Brasília temos grandes concentração nos prédios administrativos. O retorno de forma atabalhoada nesses grandes centros pode gerar um problema mais grave. Precisamos levar isso em consideração e tomar as medidas necessárias para evitar”, argumentou Kleytton Moraes, presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília e membro da CEBB.
Devido ao adiantar do horário, a reunião foi paralisada e reinicia na tarde desta sexta-feira (1), às 17h.
Fonte: Contraf-CUT