Conselho Diretor do Banco do Brasil faz gol contra

Conselho Diretor ataca acionista controlador e questiona função pública do BB
Num momento em que o debate das eleições gerais de 2026 encontra-se antecipado e propostas da extrema direita sobre o fim dos bancos públicos voltam ao cenário político nacional, o Conselho Diretor do Banco do Brasil faz um golaço contra. No Formulário de Referência 2025, item 4, que trata dos Fatores de Risco, o BB faz críticas à União, seu acionista controlador, ao dizer que, ao desenvolver “atividades negociais que priorizem objetivos ou programas de interesse governamental […] existe a possibilidade de que alguns desses negócios concorram com os objetivos econômicos da atuação do BB, o que poderia afetar o Banco adversamente e, porventura, causar danos à sua reputação”.
Para piorar a situação, na mesma publicação, divulgada em 30 de maio (veja abaixo), o Conselho Diretor insinua que o Governo Federal poderia agir como caloteiro ao “sofrer eventual insuficiência de recursos e não os disponibilizar ao Banco nos prazos acordados, o que poderia afetar o equilíbrio e a regular gestão desses contratos e dos serviços prestados, afetando o Banco de maneira adversa”.
É importante lembrar ao Conselho Diretor que, por obrigação legal, o Banco do Brasil é o “agente executor da política creditícia e financeira do Governo Federal”, sendo responsável pelo financiamento de atividades comerciais, industriais e rurais, difusão e orientação do crédito, e efetivação da política de comércio exterior, dentre outras atribuições.
Sendo assim, ao apontar a União como fator de risco para os negócios e a reputação do Banco do Brasil, o Conselho Diretor reforça o discurso daqueles que não possuem compromisso com a sociedade brasileira e apenas estão interessados nos ativos do banco, aguardando uma oportunidade para privatizar ou desmontar esse importante patrimônio do povo brasileiro.
Fonte: Seeb-Brasília-DF