Abertura de agência na Senador Dantas é retardada em uma hora em protesto contra o assédio e a perseguição sofridos por dirigentes sindicais

O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro realizou nesta quarta-feira (4) mais um ato público no Bradesco. Não é de hoje que os dirigentes sindicais vêm denunciando as demissões, o fechamento de unidades físicas, o adoecimento dos trabalhadores em função das metas e a campanha publicitária do banco "Sacar pra que?", que constrange os clientes para eles não sacarem seu próprio dinheiro nas agências, inclusive no autoatendimento. As ações do movimento sindical em defesa da categoria têm incomodado os bancos.

A prática antissindical

Desta vez, a entidade sindical protestou na agência e prédio da Senador Dantas, no Centro, contra práticas antissindicais do Bradesco.

"O Bradesco está retaliando e perseguindo funcionários que são dirigentes sindicais, transferindo os mesmos para outras unidades a fim de impedir a missão dos sindicalistas, que é o de organizar a luta coletiva em defesa do emprego e dos direitos dos funcionários", afirmou o diretor do Sindicato e representante da COE (Comissão de Organização dos Empregados), Leuver Ludolff.

O protesto ocorreu na agência e no prédio da Senador Dantas, com a abertura da unidade retardada em uma hora, só funcionando depois das 11h da manhã.

"O Bradesco transferiu os dirigentes sindicais para outro local de trabalho. Sabemos que com essa prática o banco afasta o Sindicato de perto dos funcionários, já que na agência não terão o mesmo alcance quantitativo que no prédio, onde trabalham mais de 300 funcionários. O Bradesco tenta calar o movimento sindical porque temos denunciado o assédio moral e adoecimento dos trabalhadores em função das metas e as irregularidades cometidas pelo banco, como a tentativa de impedir o direito de clientes e usuários terem o acesso aos caixas físicos e autoatendimento", declarou o diretor do Sindicato Marcelo Rodrigues.

Assédio e constrangimentos

O banco transferiu dois diretores do Sindicato, Luciano Rosário, que foi para agência no Tribunal de Justiça e Ricardo Ducoff, locado agora na unidade da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).

O presidente do Sindicato José Ferreira, que também participou do ato, criticou as retaliações e constrangimentos impostos aos dois dirigentes sindicais.

"O gestor da unidade isolou os companheiros em uma sala e retirou as tarefas profissionais deles e, em seguida, fez a transferência destes bancários. Assim como impor excesso de atribuições, deixar o trabalhador sem nenhuma função na empresa é também uma forma de assédio moral", afirmou, destacando a importância dos diretores de base para a luta em defesa da categoria. "Os diretores de base são os olhos e ouvidos do Sindicato. É através deles que sabemos o que acontece no dia a dia das agências para que possamos tomar todas as medidas necessárias em defesa dos direitos dos bancários e bancárias", completou Ferreira.

Denúncia ao MPT

O Sindicato irá denunciar ao Ministério Público do Trabalho essa prática antissindical do Bradesco, reivindicando o retorno dos dirigentes sindicais aos seus postos de trabalho anteriores. "É inaceitável o que os bancos fazem para tentar impedir o movimento sindical de defender a categoria, mas os banqueiros não vão nos calar", disse o diretor do Sindicato Sérgio Menezes.

Fonte: Seeb-Rio de Janeiro, por Carlos Vasconcellos