Mesmo com mudança de presidente Bradesco lucra R$16 bilhões em 2023
Em meio há uma crise e mesmo com a mudança na presidência do banco, onde Marcelo de Araújo Noronha assumiu o cargo em substituição a Octavio de Lazari Junior, o ano de 2023 testemunhou um lucro líquido recorrente de R$16,3 bilhões no Banco Bradesco, marcando uma queda de 21,2% em relação ao ano anterior. Só no quarto trimestre, o banco apresentou lucro de R$ 2,8 bilhões, ante ao lucro de R$ 4,6 bilhões do trimestre imediatamente anterior, queda de 37,7%.
A holding Bradesco encerrou o quarto trimestre com 86.222 funcionários, com fechamento de 2.159 postos de trabalho em 12 meses e abertura de 120 no trimestre. A base de clientes, em 2023, diminuiu em 0,8 milhão em relação ao ano anterior, totalizando 71,7 milhões. Em relação à estrutura física, foram fechadas 169 agências, 173 postos de atendimento e 77 unidades de negócios em 12 meses (59 agências e 68 postos de atendimento foram fechados e 55 unidades de negócios foram abertas em relação ao trimestre imediatamente anterior)
Os números suscitam preocupações, especialmente no que diz respeito ao impacto nas condições de trabalho e na relação com os clientes. “Estamos preocupados com o emprego no setor bancário”, lamentou Magaly Fagundes, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE).
O fechamento de agências não apenas afeta diretamente os trabalhadores, mas também afasta os clientes do espaço físico, prejudicando o atendimento e o acesso aos serviços bancários”, completou.
Reestruturação
A direção do Bradesco utilizou a queda no rendimento na comparação com o ano anterior, na manhã desta quarta-feira (7), como justificativa para anunciar uma reestruturação. A ação também despertou críticas por sua falta de diálogo prévio com a representação dos trabalhadores. É lamentável que tais decisões sejam tomadas sem a devida consulta aos sindicatos, destacou Magaly.
A preocupação com o impacto dessas mudanças na qualidade do emprego e na relação com os clientes é um ponto crucial a ser considerado em meio aos planos estratégicos do banco. Enquanto o Bradesco busca uma reformulação em sua estrutura de comando e investimentos em tecnologia, é fundamental que os interesses dos trabalhadores e dos clientes sejam adequadamente representados e protegidos.
Esperamos que o diálogo entre o banco e os sindicatos seja fortalecido, garantindo que as decisões estratégicas considerem não apenas os interesses financeiros da instituição, mas também o bem-estar e a estabilidade dos trabalhadores e a qualidade dos serviços oferecidos aos clientes, finalizou Magaly.
Fonte: Contraf