Dia Nacional de Luta: Bancários protestam contra fechamento de agências
Manifestações denunciam impacto das mudanças nas agências e nos trabalhadores
Os sindicatos dos bancários de todo o Brasil realizaram, nesta quarta-feira (3), o Dia Nacional de Luta nas agências do Bradesco. A ação, parte da Campanha Nacional 2024, denuncia a reestruturação em curso no banco, que está fechando agências, cortando postos de trabalho e sobrecarregando os trabalhadores. Essas medidas resultam em prejuízos tanto para os funcionários quanto para os clientes. A categoria bancária sofre com o adoecimento devido à sobrecarga, enquanto os clientes enfrentam a superlotação das unidades bancárias remanescentes.
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"O ato de hoje, construído nacionalmente, é um alerta para a direção do banco. Estamos em plena campanha nacional dos bancários e o banco insiste em fechar agências e demitir trabalhadores, piorando o atendimento. O movimento sindical deixou claro o seu recado: não concordamos com essa postura e a boa aceitação dos clientes nos atos de hoje mostra que estamos juntos nessa," afirmou Érica de Oliveira, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco.
Em 2023, o Bradesco teve lucro líquido recorrente de R$ 16,3 bilhões. Durante a apresentação do balanço ao mercado em fevereiro deste ano, o banco anunciou uma série de mudanças estruturais para os próximos cinco anos, incluindo o fechamento de agências físicas. Esse processo já está em curso: entre o último trimestre de 2019 e o último trimestre de 2023, o Bradesco fechou 1.783 agências e 703 postos de atendimento bancário.
A redução de unidades bancárias veio acompanhada da diminuição de postos de trabalho. No quarto trimestre de 2016, após a aquisição do HSBC, o Bradesco possuía 108.793 empregados. Já no último trimestre de 2023, o banco contava com 86.222 empregados, totalizando uma redução de 22.571 postos de trabalho em sete anos. No mesmo período, o número de clientes aumentou de 92.455.480 para 105.844.674, resultando em uma relação de 1.227,58 clientes para cada bancário, um aumento de 44,5% em comparação a 2016. Os dados são das demonstrações financeiras do Bradesco e do Banco Central, compilados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Os clientes também sofrem com essas mudanças. O Bradesco figurou no pódio do ranking de reclamações do Banco Central nos últimos três trimestres de 2023. No quarto trimestre de 2023, o banco alcançou a terceira posição, com 2.007 queixas procedentes. Esse ranking é uma indicação clara de que o corte de postos de trabalho e o fechamento de agências estão causando a piora no atendimento.
Fonte: Contraf-CUT