COE do Bradesco cobra transparência em mesa de negociação
Além das demissões foi pontuado a falta de contratações que têm ocasionado na sobrecarga de trabalho nas agências e departamento
Durante a reunião realizada na tarde desta quarta-feira (25) entre a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco e a diretoria de Recursos Humanos e o departamento de relações sindicais do banco, onde o tema principal foi emprego, os representantes dos trabalhadores cobraram transparência nos números referentes às demissões e contratações.
Na ocasião, a COE demonstrou os números referentes a onda de demissões em todo o território nacional. Também ressaltou que além dos cortes de postos de trabalho, o número de contratação inexiste.
Segundo a diretora de Recursos Humanos, Glaucimar Peticov, “não existe um processo de incentivo às demissões e tão pouco algum projeto de reestruturação no Bradesco”. De acordo com a diretora as demissões que estão ocorrendo acontecem de várias formas, entre elas, de troca qualitativa, espontânea ou aposentadoria. Além disso, alegou que estão ocorrendo contratações.
Para o coordenador da COE Bradesco, Gheorge Vitti esta alegação da diretora não corresponde à realidade em relação às contratações e demissões. “Somente no primeiro trimestre do ano tivemos 1.466 desligamentos, o que corresponde a mais de 90% de todo o primeiro semestre do ano de 2015, onde foram demitidos 1.618 funcionários. No comparativo com o primeiro trimestre de 2015, que ocorreram 544 fechamentos de postos de trabalho, este aumento passa a ordem de 160%”, alegou Gheorge.
Entre os destaques da reunião, a COE cobrou do banco um levantamento referente as demissões e contratações no período de janeiro de 2015 até maio de 2016. “É de extrema importância que o banco apresente este levantamento na próxima negociação para cruzarmos com a realidade em cada região do país, ressaltou Vitti.
Além das demissões foi pontuado a falta de contratações que têm ocasionado na sobrecarga de trabalho nas agências e departamento. Foi realizado um levantamento através das federações e sindicatos de todo o país que constata os números apresentados na reunião.
Outros pontos que fazem parte da minuta específica vão ser debatidos na próxima mesa de negociação, que está agendada para o dia 9 de junho. Horário e local a confirmar.
Ponto eletrônico
Antes da reunião de negociação, no período da manhã, a área técnica, a diretoria de Recursos Humanos e a área de Relações Sindicais do Bradesco apresentaram o projeto piloto que vincula o Ponto Eletrônico à Plataforma/Estação de Trabalho.
Em síntese, foi apresentado que o projeto de vinculação não permitirá mais de um terminal aberto por funcionário.
Segundo os representantes do banco, o projeto é simples, ele funciona através da marcação ímpar. Se o trabalhador passa o seu cartão no ponto eletrônico, o sistema libera e vincula a ele uma Plataforma/Estação de Trabalho para exercer sua função. Caso o mesmo trabalhador passe novamente o cartão no ponto eletrônico, o sistema marcará o par, ou seja, duas marcações bloqueia qualquer acesso às plataformas de trabalho.
Outra questão sobre o ponto eletrônico atenderá as marcações nos PAB’s e PA’s evitando assim que o trabalhador passe na agência de manhã. Segundo o cronograma do banco é que o projeto tenha início até o final do ano e que até o término de 2017 esteja funcionando em todas as agências do país.
Grupo de Trabalho
Será criado um GT (Grupo de Trabalho) que acompanhará as mudanças anunciadas, bem como outros quesitos e outras preocupações dos trabalhadores referentes ao tema.
Cláusula 57
Atendendo a reivindicação dos trabalhadores sobre a cláusula 57, o banco fez uma apresentação aos membros da COE sobre o Programa de Desenvolvimento Organizacional para a Melhoria Contínua das Relações de Trabalho, batizando-o de ‘Viva Bem’.
Atividade lúdica
Ao som da marcha fúnebre, com cortejo, cruzes e viúvas chorando, os bancários de São Paulo e a COE Bradesco realizaram uma atividade lúdica para chamar a atenção dos funcionários sobre a onda de demissões que ocorrem por todo o país. Na oportunidade foi distribuída uma carta aberta aos trabalhadores.
Fonte: Contraf-CUT