Bradesco lucra R$ 6,2 bilhões no primeiro semestre
O desempenho fraco da economia no primeiro trimestre de 2019 não afetou o resultado Bradesco e o lucro líquido recorrente do segundo maior banco privado do país saltou 22% na comparação com os primeiros três meses de 2018, a R$ 6,2 bilhões.
Embora o país passe por uma estagnação econômica com vários setores sentindo os efeitos nefastos de uma crise política, aparentemente nada abala o setor financeiro.
O banco mantém o ritmo de lucratividade mesmo com a projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro tendo sido reduzida de 2,4% no final de 2018 para 2% no início deste ano, de acordo o Banco Central.
A carteira de crédito do Bradesco cresceu 12% entre março de 2018 e março de 2019, em percentual equivalente nos segmentos de pessoa física e jurídica.
Nesses 12 meses, a linha que mais avançou foi o crédito pessoal, 23,4%, seguido por consignado e financiamento imobiliário. Enquanto os dois últimos têm taxas de juros mais baixas e garantias, o crédito pessoal costuma gerar ganhos maiores aos bancos porque tem juros mais elevados. Os brasileiros mais uma vez reféns da política de agiotagem dos bancos.
Para piorar, a direção do banco pretende fechar, pelo menos, 300 agências até o final deste ano. Não faz sentido e é injusto com os bancários que estão diariamente nas agências trabalhando para alcançar as metas abusivas impostas pela empresa.
O cenário só beneficia instituições como o Bradesco. A recessão econômica gera desemprego e já afeta 13,1 milhões de brasileiros. Sem contar os 63 milhões inadimplentes, salários reduzidos, direitos sociais, previdenciários e trabalhistas ameaçados, os bancos se aproveitam da situação vulnerável das famílias.