Assédio moral cresce com a crise
Os patrões descobriram mais uma forma de usar a crise financeira contra os trabalhadores. As empresas estão fazendo ameaça de demissões em massa para submeter os funcionários a jornadas estressantes, sobrecarga de trabalho e competição excessiva no ambiente de trabalho. Esta postura é evidenciada pelo aumento do número de processos por assédio moral na Justiça do Trabalho em todo o país. Por exemplo, só os procuradores do Ministério Público do Trabalho dos estados do Rio de Janeiro, Pernambuco, Piauí, Ceará, Santa Catarina e São Paulo, além do Distrito Federal, investigam 145 denúncias recebidas neste ano sobre assédio moral nos setores aéreo, bancário, metalúrgico e de comércio. É considerado assédio moral o conjunto de condutas abusivas, frequentes e intencionais, que atinge a dignidade da pessoa, resulta em humilhação e sofrimento. A prática é também chamada de “terror psicológico”, usado pelas empresas para tentar aumentar a produtividade e os lucros. No setor bancário, esse tipo de assédio é utilizado com freqüência, principalmente contra os trabalhadores mais antigos, ocupantes de cargos comissionados e vítimas de doença ocupacional. O Sindicato dos Bancários de Dourados tem realizado campanha permanente contra essa prática que deixa sequelas físicas e psicológicas e atinge um grande percentual da categoria.