Saúde

2 de Agosto de 2022 às 11:04

VAMOS TIRAR O TAPETE DA MESA DE NEGOCIAÇÃO - Chega de Assédio!

Campanha Nacional do Bancários

Por, Mauro Salles - Secretário de Saúde – CONTRAF/CUT

Não dá mais para escamotear a situação de adoecimento da categoria causado pelo assédio moral que é impulsionado pelas metas abusivas e pressão por resultados. É preciso enfrentar o problema e os bancos devem assumir suas responsabilidades. Chega de contornar o problema tentando esconder “debaixo do tapete”.

É um sério problema onde as gestões dos bancos são a grande causadora, e medidas precisam ser tomadas para garantir a integridade física e mental dos bancários.

O cotidiano do trabalho dos bancários é cada dia mais tóxico por uma pressão por resultados através de metas abusivas, onde o assédio moral é ferramenta de gestão.

É um mecanismo adoecedor, com uma engrenagem que utiliza técnicas sofisticadas para impor sua lógica: remuneração para acionistas, lucros ascendentes, diminuição de custos.

Além das metas abusivas, o sistema de avaliação e a remuneração variável são utilizados para impor aos colegas situações de mal estar.

O assédio é constante, deixando os trabalhadores tensos, com medo. E o medo é utilizado com perversidade. O medo de não estar à altura, de ser demitido, de perder a comissão, medo da humilhação pela exposição de ranking dos melhores e piores.

O custo humano tem sido terrível.

O adoecimento psíquico é alarmante com níveis elevados de suicídios. Não se trata de conflitos entre indivíduos, trata-se de gestão abusiva que não leva em conta o fator humano.

Quem confirma o alto nível de adoecimento e sua relação com as práticas gerenciais são inúmeras pesquisas de conceituadas universidades.

Quem demonstra é o Ministério Público e o judiciário onde os bancos são condenados por práticas abusivas de assédio, metas e pressão por resultados.

Quem reafirma são os dados da previdência, mesmo sabendo que são subnotificados.

Além de toda essa pressão, quando os bancários adoecem, não são acolhidos. Os serviços médicos dos bancos são subservientes às diretorias comercial e jurídica, criam obstáculos para o tratamento e não há prevenção efetiva, descumprindo, inclusive, normas legais. Trata-se de uma verdadeira perseguição aos “indesejáveis”.

O movimento sindical denuncia cotidianamente essa situação sem que soluções efetivas ocorram. Não dá mais para escamotear.

Nesta campanha Nacional precisamos avançar em medidas concretas, pactuando cláusulas, que inibam essas posturas inadequadas. Devemos exigir o direito ao trabalho digno e à preservação da saúde como bem maior. Para isso é essencial enfrentar e “botar o dedo na ferida” que são os modelos de gestão dos bancos.

Mauro Salles - Secretário de Saúde – CONTRAF/CUT



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