Os bancos em atuação no Brasil continuam a ter lucro fácil às custas da exploração dos funcionários e das taxas de juros, as mais altas do mundo. Para se ter uma idéia, em 2010, a lucratividade ultrapassou a marca dos R$ 43 bilhões, a maior do sistema financeiro global. O ótimo desempenho, no entanto, não é suficiente para que os bancos baixem as taxas de juros. Pelo contrário. De dezembro a janeiro, o índice passou de 24,1% para25,6% para as empresas e de 28,8% para 31,5% para as pessoas físicas. Insatisfeita com o resultado alcançado no ano passado, a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), mais uma vez, utiliza uma desculpa esfarrapada para o aumento. De acordo com a Federação, a alta é motivada pelas medidas adotadas pelo governo para encarecer o crédito, esfriar o consumo e, assim, se proteger da inflação. Quer dizer, basta a adoção de políticas para manter a estabilidade da economia para que os bancos comecem a chorar e a descontar nos clientes. O Banco Central (BC) deve agir para impedir que a taxa continue a crescer. É fundamental, neste momento, que o BC não ceda às chantagens do mercado financeiro, acostumado a ganhar bilhões com as altas de juros.