A população de Dourados mais uma vez mostrou a sua indignação com a classe política de Dourados. Desta vez os protestos aconteceram na manhã de hoje, durante a tentativa de abertura da sessão, a primeira desde as prisões do prefeito Ari Artuzi, do vice-prefeito e nove vereadores e o indiciamento de mais dois (Gino e Dirceu) na Operação Uragano, da Polícia Federal. Um manifestante atirou o sapato no vereador Aurélio Bonatto (PDT), um dos que havia sido detido na ação policial. A sessão teve que ser cancelada e foi remarcada para o dia 13. Hoje de manhã (9), a galeria da Câmara estava lotada e do lado de fora pelo menos mais dois mil manifestantes gritavam palavras de ordem contra a corrupção e por novas eleições, já que a população não aceita qualquer tipo de intervenção por parte do governo do Estado, que teve grande parte de sua equipe de apoio a reeleição em Dourados presa, dentre elas o prefeito Ary Artuzi (PDT), o presidente da Câmara e candidato a Deputado Federal Sidley Alves (DEM), o vereador e candidato a Deputado Estadual Marcelo Barros (DEM), dentre outros. Do lado de fora, o Simted (Sindicato dos Professores) colocou carro de som para as pessoas se manifestarem e houve protestos inclusive pela postura adotada pela Câmara de não deixar as portas abertas para que os manifestantes pudessem circular de fora para dentro, com a colocação de um cordão de polícias militares armados para conter a multidão. Durante os protestos os manifestantes cobraram também um posicionamento da justiça em relação o apoio dado pelo Deputado Geraldo Resende ao acordo milionário firmado entre a Prefeitura e o Hospital Evangélico, que segundo as investigações foi um acordo fraudulento e os manifestantes lembraram que o deputado a época foi à imprensa dizer que o preço cobrado pelo hospital era justo. Do lado de dentro os protestos não foram diferentes contra todos os envolvidos, inclusive os dois que não foram presos, mas também indiciados por fazer parte do esquema (Gino e Dirceu). Os manifestantes a todo momento jogavam moedas nos parlamentares que ousavam entrar no plenário e eram vaiados incessantemente. Um dos manifestantes não agüentou a cara de pau do Vereador Bonato que sentando-se na cadeira de presidente da casa fez menção de presidir a sessão e jogou-lhe um sapato, sendo contido pela polícia militar. Em entrevista à rádio 'Grande FM', de Dourados, o manifestante, identificado como Adailton Castro Souza, 35, disse que iria apenas assistir à sessão e que 'perdeu a cabeça'. Souza contou que ficou indignado ao ver os vereadores suspeitos na abertura da sessão, referindo-se a Bonato e Julio Artuzi. O homem, que trabalha como auxiliar administrativo, disse ainda que tem enfrentado dificuldade em agendar um exame para a filha, que tem nódulo na garganta. Segundo a PF, uma das fontes do dinheiro ilícito do grupo era obtido por meio de serviços da saúde.