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1 de Janeiro de 2001 às 22:59

Pelo segundo ano consecutivo, bancos batem recorde de rentabilidade

(São Paulo) Conforme denunciava a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) durante o último ano, a lucratividade dos bancos fechou 2006 quebrando recordes. No ano passado, os ganhos das 104 instituições financeiros atuantes no país somaram R$ 33,4 bilhões. O resultado significa 22,9% sobre o patrimônio líquido. Para os trabalhadores, o impacto desse crescimento é pressão, assédio moral e falta de reconhecimento salarial. Em 2005, o lucro dos bancos já havia batido recorde, com R$ 29,3 bilhões – rentabilidade de 22,6%. Os dados estão nos balanços enviados pelos bancos ao Banco Central, segundo apuração do jornal Folha de S.Paulo desta segunda-feira (12). Negócios com previdência complementar privada, cartões de crédito, consórcios e seguros não estão incluídos nos cálculos. Tarifas As tarifas vêm crescendo sem parar desde 1996, revela o estudo dos balanços. A receita da cobrança de serviços passou de R$ 12,1 bilhões para R$ 47,5 bilhões de 1996 a 2006. A alta foi de 293%. No mesmo período, o gasto com folha de pagamento passou de R$ 24,9 bilhões para R$ 38,7 bilhões, diferença de apenas 55%. Apenas a inflação do período medida pelo IPCA foi de 92,7%. A arrecadação de tarifas equivale a 123% das despesas com pessoal. Em alguns bancos, porém, ela equivale a duas vezes o gasto. “Só a arrecadação de tarifas já seria suficiente para garantir lucros consideráveis aos bancos”, reclama Carlos Cordeiro, secretário-geral da Contraf-CUT. “O aumento da receita de tarifas é muito maior do que o da folha de pagamento, o que mostra que os bancos podem conceder reajustes melhores, além de outros direitos, como PLR. Mas é claro que isso só vem com muita pressão dos trabalhadores”, convoca. Além disso, as instituições financeiras têm um papel importante para o crescimento econômico. A prática do maior spread do mundo – diferença entre o percentual dos juros cobrados em empréstimos e os pagos aos credores – torna o custo do dinheiro elevado demais para o setor produtivo. O cenário fica bom apenas para os bancos, cujo faturamento com empréstimos aumentou 137% em 11 anos.



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