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1 de Janeiro de 2001 às 22:59

HSBC declara guerra ao movimento sindical

(São Paulo) O HSBC anunciou nesta quinta-feira, dia 8/09, a abertura de agências bancárias aos sábados nas cidades de Piracicaba, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto, base da Feeb SP/MS. A medida foi tomada pelo banco em meio ao processo de negociações da campanha salarial dos bancários, cuja pauta contém cláusula que expressa a contrariedade com o trabalho aos finais de semana. Diante dos rumores sobre a possibilidade de abertura aos sábados os diversos fóruns da categoria foram contrários à medida, como o Encontro Nacional de Banco Privados, reunião da Comissão de Organização dos Empregados em reunião do mês de agosto e a 7ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, realizada em julho. Consultas também foram feitas pelas entidades sindicais aos funcionários do HSBC, que não aceitaram a medida. A CNB/CUT enviou correspondência no dia 20 de agosto à direção do banco, em Curitiba, solicitando a revisão da implantação do horário estendido padronizando seu funcionamento entre 9h e 17 com a contratação de mais funcionários e a criação de dois turnos de trabalho. Na mesma correspondência, a CNB reitera a rejeição à abertura aos sábados. “É um absurdo que o movimento sindical mais uma vez seja surpreendido pelo anúncio de uma medida de tal gravidade por meio da grande imprensa, sendo que o banco já sabe que em sua quase totalidade, é contrário”, acusa Miguel Pereira, secretário de Imprensa da CNB/CUT. Ele contesta ainda a argumentação do HSBC de que seria contratada nova equipe para o trabalho aos sábados. “Quem vai abrir e fechar as agências? O responsável por elas não irá trabalhar? E o cofre? E mais, todo o trabalho de sábado será processado na segunda, sobrecarregando ainda mais aqueles que trabalham durante a semana”. Segundo Pereira, as condições de trabalho no HSBC já estavam ruins antes da ampliação do horário, depois ficou pior ainda. Prova disso é o elevado número de pedidos de demissão feitos pelos empregados. Os gerentes titular e administrativo estão fazendo jornadas de 12 horas diárias e os de relacionamento não têm tempo para fazer o trabalho interno, pois o banco está sempre aberto. Além disso, é muito grande a incidência de doenças ocupacionais com afastamento de funcionários, fruto das péssimas condições de trabalho. Os bancários também contestam que foram contratados 800 trabalhadores com o horário diferenciado. “Não é verdade, pois em dezembro de 2004, o conglomerado do HSBC possuía 27.981 empregados. Em junho de 2005 eles eram apenas 27.522”, denuncia Pereira. Contra as leis – Por ser um grupo estrangeiro, desde a sua chegada ao Brasil em março de 1997 com a compra do Bamerindus, o HSBC parece desconhecer a legislação brasileira e tenta impor alterações nas condições de trabalho e flexibilizar direitos. A CLT estabelece que a jornada legal de trabalho dos bancários é de seis horas de 2ª a 6ª sexta-feira, perfazendo 30 horas semanais. Esta é uma conquista incorporada dos bancários que não irão abrir mão dela e o legislador quando assim definiu foi em razão das condições de trabalho que já naquela época provocavam diversas enfermidades. De lá para cá, a organização do trabalho piorou e muito, com a sobrecarga de tarefas e o acúmulo de metas. Além de que existe normativo sobre o funcionamento dos bancos, estabelecendo o funcionamento das agências de 2ª a 6ª sexta-feira. A direção da CNB/CUT convoca reunião extraordinária para discutir este problema. “Esta medida é só para inglês ver. Desta forma, o banco apenas conseguirá aumentar a indignação dos trabalhadores e sua participação na Campanha Nacional dos Bancários. Se as condições de trabalho já estão ruins, só ficarão piores”, afirma Pereira.



Sindicato dos Bancários de Dourados e Região - MS

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