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9 de Julho de 2011 às 23:59

Escândalos e apoio a José Serra reduzem chances de Giroto chegar perto da indicação

A menção do deputado federal Edson Giroto (PR-MS) entre possíveis nomes do Partido da República para substituir Alfredo Nascimento (PR-AM), que caiu após escândalo do suposto esquema de propinas no Ministério dos Transportes, ainda é considerada precipitada em Brasília. Até o momento não houve nenhuma confirmação do PR sobre uma eventual cotação do deputado de Mato Grosso do Sul para a pasta. No gabinete do senador Blairo Maggi (PR-MT), que recusou o Ministério, assessores informam que até o momento Giroto não figura como opção. "Por enquanto, vários nomes são lembrados, e o deputado Edson Giroto pode até se tornar uma opção. Mas, por ora, há nomes de Minas Gerais e o do próprio Passos sendo estudados", diz um assessor que acompanha Maggi desde Mato Grosso e está no PR desde a fundação do partido. Até correligionários de Giroto em Brasília acham precipitação colocar o nome do deputado de MS como "cotado" para o Ministério. Eles reconhecem que a condição de Edson não é das melhores junto ao Planalto e admitem que a palavra da presidente Dilma terá maior peso na decisão. "A escolha será debatida com a liderança do Senado e com Blairo Maggi (PR-MT)", diz o líder dos republicanos na Câmara dos Deputados, Lincoln Portela (PR-MG). "Mas faremos apenas uma sugestão. A presidente Dilma pode fazer uma indicação mais competente", explica. O passado de Giroto também é um obstáculo para o deputado federal na possível cotação. Além de ter feito campanha para José Serra (PSDB) na corrida presidencial, seguindo o grupo político regional do qual faz parte, liderado por André Puccinelli (PMDB), Edson Giroto tem no currículo recentes ações por improbidade administrativa e enriquecimento ilícito em MS. Vigarista Além da oposição, que promete ser implacável com o novo nome de Dilma Rousseff para o Ministério dos Transportes, até aliados da base governista estão preocupados com o desfecho da crise. "O PR vai se reunir de novo e indicar um cidadão como esse que tá aí?", questionou o senador Pedro Simon (PMDB). Para o peemedebista, a queda do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR), após as denúncias de corrupção, mostram a necessidade de a presidente fiscalizar as indicações partidárias. "A presidente tem que entender, pois é fundamental: o partido pode fazer a indicação política, mas ela tem que fazer a triagem, tem que saber qual é a ficha do cidadão, porque se é um vigarista, ela aceita ou não aceita. Na hora de fazer a indicação, já que os partidos infelizmente não fazem, ela tem a obrigação de fazer a fiscalização", afirmou Simon à imprensa. Esqueletos no armário A compra de fazendas em Mato Grosso do Sul supostamente com registro em cartório de valor muito abaixo dos preços de mercado e incompatíveis com a renda oficial do parlamentar tornaram Edson Giroto alvo de investigação no Ministério Público Estadual de MS. Pouco antes do escândalo que derrubou o ex-ministro Nascimento estourar, foi justamente Giroto quem tentou blindar obras, licitações e projetos do Ministério contra a paralisação enquanto suspeitas de irregularidades estivessem sendo investigadas. "Uma simples denúncia ou uma visão tecnocrática precipitada pode levar à sustação de uma obra de grande importância para a nação”, argumentou Edson Giroto para defender emenda à LDO tornando mais difícil parar obras com possíveis desvios no uso do dinheiro público. Garis como laranjas Edson foi secretário de obras de André Puccinelli desde o tempo em que o atual governador era prefeito da capital de MS, Campo Grande. Na prefeitura, os dois acabaram implicados em um escândalo com a empreiteira Engecap, que era registrada no nome de dois garis. O caso, chamado pela imprensa sul-mato-grossense como "Laranjoto" em referência ao suposto uso dos dois laranjas por Edson Giroto, começou com a denúncia feita pela ex-esposa de um empreiteiro e continua na Justiça Federal. No último dia 7 de junho, o processo, de número 2006.60.00.010770-1, da Justiça Federal de Campo Grande, subiu para o Tribunal Regional Federal da 3ª Região. DNIT-MS na mira A influência de Giroto na superintendência do Dnit em Mato Grosso do Sul é motivo de orgulho para o atual deputado federal, que gosta de dizer, em reuniões das quais participa, como consegue "agilizar" obras e liberação de verbas. O órgão em MS também tem inúmeras denúncias envolvendo as obras tocadas nas rodovias de Mato Grosso do Sul. Pelo menos seis obras do DNIT-MS estão com irregularidades detectadas pelas auditorias do TCU (Tribunal de Contas da União). Serrista Além dos 'esqueletos no armário', Edson Giroto tem mais um complicador no currículo que adversários consideram o pior para obter mais espaço em Brasília: o fato de ter deliberadamente feito campanha para José Serra (PSDB) contra Dilma Rousseff nas últimas eleições presidenciais. Giroto fez campanha para José Serra no primeiro turno seguindo a decisão do grupo político ao qual pertence em MS, liderado por André Puccinelli (PMDB). O peemedebista destoou da composição nacional do PMDB e fechou com o candidato tucano. No segundo turno, já eleito, Giroto não escondeu a simpatia por José Serra, do PSDB. “Ele é uma pessoa com vasta experiência! Está preparado para assumir e colocar em execução os projetos que são necessários para o Brasil que almejamos para todos”, chegou a dizer sobre o adversário de Dilma Rousseff em entrevista a uma rádio de MS dias após o primeiro turno. José Serra ganhou da presidente Dilma em Mato Grosso do Sul por uma diferença de 127.022 eleitores, num universo de 1,2 milhão de votos válidos. Fonte: Midiamax Campo Grande, por Éser Cáceres



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