Os bancos brasileiros, os mais lucrativos do mundo, são também os mais bem preparados para enfrentar a crise internacional. A conclusão é do relatório semestral sobre a estabilidade financeira feito pelo Banco Central. Embora o retorno médio tenha sido 23,5% do patrimônio líquido, porcentagem superior ao registrado no México, África do Sul, Chile e Canadá, os bancos brasileiros continuam a desrespeitar os empregados, seja na estagnação do quadro de funcionários ou na precarização do ambiente de trabalho nas agências. Mesmo com o resultado excepcional, os bancos pouco contribuem para evitar que o Brasil seja afetado pela crise. Ao contrário, aumentam irresponsavelmente os juros dos empréstimos, desacelerando a economia nacional. Pela importância em manter o mercado consumidor aquecido, o governo federal tem se esforçado para fortalecer o poder de compra da população e aumentar, assim, a circulação de dinheiro na economia, além de cobrar dos bancos a queda imediata do spread bancário. Além disso, com um cenário cada vez mais favorável ao sistema financeiro, os bancos não têm justificativas para demitir ou reduzir direitos e salários. O bancário, como todo o conjunto dos trabalhadores, não pode pagar a conta da crise financeira.