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22 de Setembro de 2010 às 23:59

Ary Rigo nega crimes, mas não esclarece revelações

Após a veiculação de imagens nas quais aparece detalhando suposto esquema de partilha de dinheiro público entre membros dos três poderes de Mato Grosso do Sul e relatando possível influência sobre o Judiciário para livrar o prefeito afastado de Dourados, Ari Artuzi (sem partido) de punições, o primeiro-secretário da Assembleia, o deputado estadual, Ary Rigo (PSDB), concedeu entrevista coletiva para comentar o fato. Ordenador de gastos da Casa de Leis, Rigo negou que tenha praticado qualquer crime, mas não esclareceu declarações polêmicas que deu durante conversa gravada pelo jornalista Eleandro Passaia, que atuou como espião da Polícia Federal na Operação Uragano. O parlamentar, aliás, causou frustração ao preferir comentar o caso em entrevista coletiva, ao invés, de usar a tribuna para falar em plenário, onde não compareceu hoje. Dezenas de manifestantes gritavam o nome dele e o chamavam de “ladrão” repetidas vezes, em bordões como “Rigo ladrão, cadeia solução”. Rigo abriu a coletiva lendo nota pública dividida em 14 pontos nos quais faz sua defesa. O deputado alega que a gravação que vazou para o Youtube foi editada. “Seu conteúdo não traduz a conclusão apresentada. Na edição tentou-se incriminar minha fala, com o intuito de comprometer minha relação com os deputados e com dirigentes dos demais poderes e com o Ministério Público”, leu. Na coletiva, o parlamentar ainda atacou Passaia a quem chamou de “crápula” que fica se "passando por inocente" após ter assinado acordo de "delação premiada”. Disse também que se imaginasse que estava sendo alvo de uma gravação clandestina teria dado uma “cadeirada” em Passaia. “No decorrer da apuração é que vamos saber porque Passaia gravou todo mundo. Nunca fiz nada contra ele”, disse. Um dos trechos mais polêmicos da conversa gravada entre os dois foi o seguinte: “Você sabe o seguinte, na Assembleia cada deputado não ganhava menos de R$ 120 mil, agora os deputados vão ter que se contentar com R$ 42 ( mil). Não tem como fazer. Para você ter idéia nós devolviámos R$ 2 milhões em dinheiro para o André (Andre Puccinelli – governador e candidato a reeleição pelo PMDB). R$ 900 (mil) para o desembargador do Tribunal de Justiça e R$ 300 (mil) para o Ministério Público. Cortou tudo! Nós vamos devolver R$ 6 milhões para o governo. Por isso que eu ando sumido. Então nós estamos criando um acordo, eles vão devolver 400 mil, não é mais 30%, comigo é 10%”,”, diz na gravação. Rigo negou tanto na nota quanto na entrevista coletiva partilha de dinheiro irregular. Ele afirma que estava se referindo às diferenças cortadas do duodécimo, valor constitucional repassado aos poderes. O parlamentar garantiu que não tem interferência nenhuma nas decisões do Ministério Público ou do Poder Judiciário para favorecer Artuzi. “Tanto que o MP pediu tudo o que tinha que para pedir prisão, afastamento do cargo, seqüestro de bens. O Tribunal de Justiça fez tudo o que tinha que fazer [contra Artuzi] então não houve interferência alguma”, mencionou. Ocorre que no vídeo, Rigo afirma textualmente que agora não dava mais R$ 300 mil para segurar o Ministério Público. Alerta ainda que não tem mais como fazer isso por conta da Lei da Transparência que o obriga a declarar todos os gastos com dinheiro público. “Por isso ele [Artuzi] tem que emendar direitinho, né? Porque o Ministério Público o que tinha que fazer já fez, no passado, pediu a denuncia. Agora se ele cometer alguma besteira agora aí fudeu (faz um “top-top” com gestos das duas mãos). Eles vão para cima, porque eu não tenho mais como dar dinheiro, não tenho. Primeiro porque saiu o Miguel [Vieira ex-procurador geral do Ministério Público de MS], entrou uma turma nova”, diz na gravação. Rigo garante que nunca repassou qualquer dinheiro para Miguel Vieira, mas não especificou o que quis dizer quando respondeu a Passaia que “turma nova” do MP, “aceitaria, mas tem que ir devagarzinho”. Sobre o fato de ter dito que cada deputado ganhava R$ 120 mil por mês na Casa, ele argumentou que estava se referindo ao custo geral de cada gabinete, incluindo subsídios e gastos com funcionários que foram reduzidos à medida que a Casa tem feito economia. Veja os vídeos nos endereços abaixo: http://www.youtube.com/watch?v=4W4kUEoS5BM http://www.youtube.com/watch?v=zN0jD-j0tJk http://www.youtube.com/watch?v=0hQdiE3Fs5k http://www.youtube.com/watch?v=5dM2b9A_icw http://www.youtube.com/watch?v=X4KT_CLwQw4 Fonte: Midiamax Campo Grande



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