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30 de Agosto de 2019 às 09:30

Na contramão da economia bancos lançam PDVs e exterminam empregos

O setor bancário eliminou 1.875 postos de trabalho entre janeiro e julho deste ano. O dado é do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), hoje ligado ao Ministério da Economia. O saldo foi positivo em julho, com criação de 182 empregos, mas negativo no acumulado do ano.

E para pior os bancos estão com uma nova modalidade de eliminar empregos, seguindo a iniciativa do Banco do Brasil e do Itaú, o Bradesco anunciou na quinta-feira (29/08) o lançamento de um novo PDV (Programa de Demissão Voluntária), dois anos após ter desligado cerca de 7,5 mil funcionários pela mesma modalidade.

A adesão será aberta a partir da segunda-feira (2/09), com encerramento previsto para o dia 16 de outubro.

O banco não informou qual é a meta de desligamentos a ser atingida e justificou a medida como forma de adequar o quadro de colaboradores ao avanço da tecnologia, que, se de um lado permite uma maior produtividade, do outro, diminui a exigência de pessoal.

Neste PDV, o Bradesco está oferecendo pagamento único de 60% do salário por ano de trabalho, limitado a 12 salários, e pagamento de todos os direitos, incluindo a multa do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e o Plano de Saúde será estendido para 18 meses de cobertura. O banco oferecerá ainda seis meses adicionais de vale alimentação.

Nesse processo de adequação o Bradesco também pretende fechar 100 pontos físicos este ano. No final de junho o banco tinha 4.581 agências no País.

Para o diretor do Sindicato dos Bancários de Dourados e funcionário do Bradesco, Janes Estigarribia, o setor bancário é um dos mais lucrativos do país, e continua tendo lucros astronômicos mesmo na crise, portanto, deveria gerar empregos e não contribuir para aumentar os 13 milhões de desempregados que temos hoje no Brasil.

Eles aumentam seus lucros, aumentam o número de clientes e transações bancárias, e ao mesmo tempo diminuem o número de funcionários, sobrecarregando os que ficam.

Ele lembra que os quatro maiores bancos lucraram juntos, no primeiro semestre deste ano, R$ 42,4 bilhões, isso representa um crescimento de 20,4% em relação ao resultado conjunto desses bancos (BB, Itaú, Santander e Bradesco) no primeiro semestre de 2018 (a Caixa ainda não divulgou seu balanço).

Outro dado interessante é que só com tarifas cobradas dos clientes, os maiores bancos pagam todos os seus funcionários e ainda sobra. É um absurdo que ainda assim eles eliminem empregos.

Os bancos também lucram com a rotatividade. O Caged aponta que, de janeiro a julho, o salário médio dos admitidos foi de apenas 68% da média salarial dos desligados.



Sindicato dos Bancários de Dourados e Região - MS

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