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1 de Janeiro de 2001 às 22:59

Mais de 3,7 milhões pedem a anulação do leilão da Vale

As entidades organizadoras do plebiscito sobre a Companhia Vale do Rio Doce divulgaram na semana passada os números finais da consulta popular que foi o ponto alto da mobilização do Grito dos Excluídos deste ano. Mais de 3,7 milhões de pessoas votaram em 3.200 municípios distribuídos de Norte a Sul do Brasil. O resultado da votação não poderia ser mais claro, com 94,5% dos votantes afirmando que o controle da Vale deve sair das mãos do capital privado e voltar para as mãos do Estado. Também foram divulgados os resultados das demais perguntas que constaram da consulta popular. A reforma da Previdência foi rechaçada por 93,4% dos votantes, enquanto 92,1% afirmaram que o governo federal não deve pagar os juros das dívidas interna e externa em detrimento da melhora nas condições de vida da população pobre do país. Também de forma esmagadora, com 93,7% dos votos, o plebiscito organizado pelas entidades dos movimentos sociais determinou que o capital privado não deve seguir explorando o setor elétrico. O plebiscito foi um grande exercício pedagógico de recriação da cidadania. Foram mobilizados mais de 104 mil militantes em todo o Brasil e o resultado foi uma grande pesquisa de opinião nacional. Terminada a contagem dos votos, agora vem a fase de trabalhar politicamente o expressivo resultado do plebiscito. O desejado encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além da difícil tarefa de conquistar a adesão do presidente da República, os movimentos sociais pretendem usar o resultado da consulta popular para pressionar os juízes da 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) a recusar o recurso apresentado pela direção da Vale do Rio Doce com o intuito de impedir o julgamento do mérito de 69 ações populares, iniciadas na 1ª Vara Federal de Belém, que pedem a anulação do leilão da empresa. Até o momento, somente dois dos oito juízes aptos a votar - Luiz Fux e José Delgado - já divulgaram seus votos, ambos favoráveis à direção da Vale. O julgamento permanece paralisado desde junho, quando o ministro João Otávio Noronha pediu vista do processo.



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