Inacreditável e ao mesmo tempo desesperador. Ao invés de investir no SUS (Sistema Único de Saúde), em ciência e em equipamentos para os profissionais que estão trabalhando para combater o novo coronavírus nos hospitais espalhados pelo país, o governo Bolsonaro vai gastar R$ 4,9 milhões em campanha em defesa do isolamento vertical.

A campanha, cujo slogan é “O Brasil não pode parar”, foi realizada sem licitação por ter sido classificada como emergencial. O governo estimula que as pessoas saiam às ruas e retornem ao trabalho. Uma atitude irresponsável que contraria, inclusive, a Organização Mundial da Saúde.

Ao pedir que a população volte à normalidade, Bolsonaro empurra os brasileiros à morte. Em todo mundo, até esta sexta-feira (27/03), o coronavírus já matou mais de 26 mil pessoas. No Brasil, onde o sistema de saúde já é combalido, a situação pode se agravar, caso as orientações do presidente sejam levadas em consideração. Até o momento já foram 92 mortes e 3.417 casos confirmados de Covid-19. Quase mil casos a mais em 24 horas.

A OMS já alertou que há risco da doença mesmo entre os jovens. "Vocês não são invencíveis. Esse vírus pode colocar você no hospital por semanas ou até matar. Mesmo que não fique doente, as escolhas que faz sobre onde ir podem fazer a diferença sobre a vida ou a morte de outra pessoa", afirmou na semana passada o diretor-geral do órgão, Tedros Ghebreyesus.

Especialistas também apontam o risco de um jovem contaminado com coronavírus, mesmo que não desenvolva os sintomas, possa transmitir o vírus para algum parente idoso, como pais e avós.

Com repercussão negativa governo nega custo: Em comunicado, a Secom informou que o vídeo não tem relação com a contratação por R$ 4,9 milhões uma agência de publicidade sem licitação, conforme publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). A justificativa é "disseminar informações de interesse público à sociedade, por meio de desenvolvimento de ações de comunicação". A empresa contratada é a iComunicação Integrada.