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22 de Março de 2018 às 09:57

Dia mundial da água debate a privatização do saneamento

O dia 22 de março é o “Dia mundial da água”. A data é aproveitada por organizações que atuam em defesa da água para pautar o debate em suas esferas políticas sobre o acesso e preservação do recurso, que está cada vez mais escasso.

A garantia do acesso à água é um direito humano fundamental e o Estado deve trabalhar pela sua garantia. A água não é uma mercadoria e a universalização da distribuição, bem como dos serviços de saneamento para a população, deve independer da capacidade do pagamento e dos interesses econômicos

No Brasil, no entanto, a política tem ido na contramão do reconhecimento da água como direito humano e o que os governos estaduais e federal tem pregado é a privatização de diversos setores.

O governo passou a atuar ativamente para acelerar o processo de entrega de diversos setores para a iniciativa privada, dentre os quais as empresas estaduais de saneamento.

O movimento sindical ligado a Cut, tem alertado para as conseqüências negativas desse processo, uma vez que não é só uma luta dos trabalhadores/as do setor, que serão diretamente prejudicados pela perda dos seus empregos e a terceirização, mas da população como um todo. O aumento de tarifas e a piora do serviço são só algumas das conseqüências que podem resultar deste tipo de mudanças e que prejudicarão principalmente as populações mais carentes.

Neste mês de o Brasil está recebendo o 8° Fórum Mundial da Água, onde se reúnem representantes dos Estados, de organismos internacionais, da sociedade civil e das empresas para debater políticas e estratégias mundiais sobre o tema. Historicamente, esses fóruns têm sido dominados pelo discurso empresarial, enxergando a água como recurso econômico. Em contraposição ao evento oficial, está sendo construído o Fórum Paralelo Mundial da Água.

A partir da defesa de que a água é um direito humano e não uma mercadoria, o Fórum Paralelo fará a denúncia dos processos de mercantilização e apropriação da água pelos grupos econômicos internacionais, debatendo-os dentro de uma perspectiva crítica. Frente a um cenário mundial de avanço neoliberal, será de suma importância a construção de um Fórum amplo e com diversidade de pautas, capaz de dar as aos movimentos sociais e organizações do Brasil e do mundo base para estratégias de resistência.

Atos em defesa da qualidade da água tem sido realizado em diversas cidades do pais. Em Dourados no Dia Internacional da Mulher foi feito uma manifestação em frente a Sanesul, empresa que distribui água no MS. Ela tem sido questionado pela qualidade da água.

Na madrugada desta quinta-feira (22), cerca de 350 militantes organizados em movimentos populares ocuparam o parque industrial da Coca-Cola nos arredores de Brasília para denunciar a ação da multinacional na tentativa de espoliar os bens naturais do país, particularmente as águas.

Está na mira prioritária de Nestlé, Coca-Cola, Danone e outras empresas de capital internacional os maiores aquíferos do planeta, grandes reservas de água doce localizadas no Brasil.

Nas semanas anteriores ao evento da ONU com as corporações, já houve menção no Congresso brasileiro de quantificar o preço do maior deles, o Aquífero Guarani.



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