Depois de anos de protestos da sociedade, o governo finalmente resolveu tomar uma atitude contra a ganância incontrolável dos bancos. Ontem, o Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou o congelamento das tarifas bancárias por seis meses e o corte do número de taxas a menos da metade. Mesmo assim o governo foi vacilante, pois o congelamento só começa a valer a partir de abril do próximo ano. É dar ainda mais tempo para os bancos continuarem explorando e faturando bilhões às custas da população de um país pobre. O órgão reduziu de 55 para 20 o número de tarifas básicas que podem ser cobradas de cliente pessoa física. Os serviços foram classificados em quatro categorias com nomenclatura padronizada. A partir de 30 de abril de 2008, as tarifas bancárias só poderão ser reajustadas a cada 180 dias. Nada impede que os bancos aumentem as tarifas até essa data, período em que vale a regra atual de comunicar os reajustes com 30 dias de antecedência. As três resoluções aprovadas hoje pelo CMN, em reunião extraordinária, incluem também a ampliação do número de serviços que serão gratuitos, além da proibição da cobrança de tarifa por liquidação antecipada de operações de crédito e de arrendamento mercantil para novos contratos. Para as operações existentes, foram baixadas regras de transição.