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1 de Janeiro de 2001 às 22:59

BB divulga comunicado tentando enganar os bancários sobre a PLR

O banco só confessa a discriminação aos substitutos grevistas no último parágrafo, depois de um longo texto dúbio e escorregadio Banco do Brasil tentou enganar os bancários nesta sexta-feira com um comunicado interno escorregadio onde jura que a PLR não discrimina ninguém. Lá no pé da mensagem, no último parágrafo, é que o BB se contradiz e explica que os funcionários substitutos que fizeram greve perderão dinheiro. Com o título “PLR inclui todos os funcionários”, o comunicado do banco mente logo no segundo parágrafo ao dizer: “é importante ressaltar que não existe restrição ao pagamento de PLR a qualquer grupo de funcionários”. Como se os bancários não soubessem ler e interpretar um texto, diz no último parágrafo, depois de muita enrolação, que no caso dos substitutos grevistas há sim retaliação. Só que de uma maneira dúbia e escorregadia: “Faltas ocasionadas por greve não resultam na perda do direito de receber PLR. O que se configura, nesse caso, é a interrupção do exercício de substituição em cargo comissionado. Mas o funcionário receberá a Participação nos Lucros de acordo com seu cargo efetivo, demonstrando assim que não há, por parte do Banco do Brasil, qualquer discriminação a funcionários”. “Ora, como não há discriminação com funcionários, se o BB mesmo confessa que os substitutos grevistas vão perder direito? A prova de que é uma retaliação são os valores irrisórios que o banco está querendo economizar. Trata-se de R$ 241,00 a mais, que para os funcionários fazem diferença, mas para o BB não tem praticamente impacto”, explica Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil. “Este comunicado interno é mais uma das práticas pouco saudáveis do BB. A matéria é tão infeliz que, além de só dizer o que já está no acordo, comprova que o banco está punindo aqueles que fizeram greve na última campanha salarial. Em primeiro lugar, desde a greve de 2003, nenhum bancário deixa de receber ‘a PLR de acordo com seu cargo efetivo’. Ou o banco se esqueceu disto ou está tentando fazer os bancários de bobos, como alguns gestores que vivem ameaçando seus comandados dizendo que se a dependência não cumprir o acordo de trabalho, deixa de receber PLR. É mentira do gestor do banco”, diz William Mendes, secretário de Imprensa da Contraf-CUT e membro da Comissão de Empresa. O dirigente destaca que no comunicado interno o BB ainda tenta posar de bom moço ao dizer que “o Banco decidiu que as ausência legais passam a não ser consideradas como interrupção da substituição de cargo comissionado ou de caixa executivo, desde que a substituição tenha ocorrido ininterruptamente durante todo o semestre”. “Isto foi uma exigência da Contraf-CUT, que recebeu informações de diversos sindicatos de que muitos funcionários deixavam de receber a PLR no valor do cargo substituído por interromper os 180 dias com ausências legais citadas na Convenção da categoria, faltas com atestado-médico e faltas por greve (código reclassificado para 490). Nós que exigimos que o banco não discriminasse mais esses trabalhadores e a diretoria só cedeu na segunda rodada de negociações depois de muita pressão. Pelo banco, esta nova discriminação seria mantida”, comenta William.



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