Bancos Públicos sofre ameaça de todo lado, agora ataque vem da cãmara
Em evento que reuniu representantes da elite política e setor empresarial, em São Paulo, o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), teve a coragem de questionar sobre a serventia das empresas públicas ao perguntar para a plateia: “Para que serve a Caixa Econômica? Para que serve o Banco do Brasil? Para que serve a Petrobrás?”. Segundo ele, o governo teria de ter coragem de enfrentar este debate de privatizações.
Ou o parlamentar realmente não sabe que as estatais são fundamentais para o desenvolvimento de uma nação. Não é à toa que na Europa, depois da crise de 2008, houve uma onda de reestatização. Ou Rodrigo Maia age de má fé, apenas para atender a agenda das empresas que financiam sua campanha eleitoral.
Não é nova a ideia de privatização dos bancos públicos. Apesar dos bancos públicos desempenham um papel fundamental na economia brasileira, pois são um importante instrumento de política econômica e de promoção do desenvolvimento econômico e social, as ameaças são constantes.
“Temos que lutar contra a política entreguista do atual governo, que tenta diminuir o papel das empresas públicas, fatiando serviços e enfraquecendo o seu papel. Por isso, devemos ampliar o debate da importância dos bancos públicos. São eles, os grandes precursores de financiamentos e de atendimento à população”, explica a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.
Os bancos públicos são fundamentais porque têm funções que vão além da busca do lucro. Bancos públicos são essenciais porque há atividades e setores econômicos que os bancos privados não têm interesse em participar. Bancos públicos são necessários para viabilizar políticas econômicas e sociais de governos e para financiar setores e segmentos específicos. Essas instituições públicas são imprescindíveis para o desenvolvimento do país e para aumentar o bem-estar social.
A Caixa é responsável por R$ 158 milhões em operações de crédito e o BB por outros R$ 115 milhões. Os bancos ainda financiam programas como o Fies, que beneficia mais de 2,2 milhões de estudantes em todo o país, e o Bolsa Família, somente neste ano teve mais de R$ 31 milhões distribuídos aos beneficiários.
Precisamos continuar mobilizados para impedir mais retrocessos ao país. Privatizar as estatais vai ampliar ainda mais as desigualdades sociais e deixar o Brasil sem capacidade alguma de enfrentar crises econômicas.
Frente Parlamentar em Defesa dos Bancos Públicos
Lançada em maio deste ano, em Brasília, a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos tem o objetivo de evidenciar e combater a venda das instituições financeiras, como vem sinalizando as atuais diretorias dos bancos. Parlamentares e representantes de entidades como a Fenae enfatizaram a importância das instituições financeiras públicas na economia do Brasil, em especial pelas políticas de crédito na área da habitação, agrícola e desenvolvimento urbano.
A Frente conta com 209 integrantes, sendo 199 deputados e 10 senadores, de 23 partidos. Cabe à Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos ampliar os debates na sociedade e fazer articulações no Congresso Nacional com o intuito de barrar projetos de reestruturação que miram o sucateamento e privatização das instituições financeiras públicas, como Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, BNDES, Banco do Nordeste (BNB) e Banco da Amazônia (Basa).
* Com informações da contraf