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1 de Janeiro de 2001 às 22:59

Bancários do ABN preocupados com a possível venda do banco

Os bancários do ABN estão preocupados com as negociações que podem resultar na venda da empresa para o banco britânico Barclays. Pela primeira vez, a alta cúpula da direção dos dois bancos confirmou esta semana que estão em “discussões preliminares exclusivas sobre uma potencial combinação das duas organizações”. Os bancários brasileiros conhecem muito bem o resultado das fusões e aquisições no sistema financeiro nacional. O próprio ABN/Amro cresceu no país com a aquisição do Real (1998) e do Sudameris (2003). Sobrou para os trabalhadores a pior parte deste negócio: as demissões. “A possível venda do ABN passa a ser prioridade no seminário nacional que a Contraf-CUT vai realizar no final do mês para os dirigentes sindicais do banco. Com esta negociação em andamento, o seminário ganha uma importância especial, porque precisamos intervir neste debate em defesa do emprego”, comentou Deise Recoaro, diretora da Contraf-CUT e funcionária do banco. A Confederação vai enviar para o presidente do ABN no Brasil, Fábio Barbosa, um ofício solicitando uma reunião para discutir a possível venda do banco. “Queremos garantia de emprego. Isto tem que fazer parte das negociações entre os dois bancos. O ABN tem que garantir os postos de trabalho e vamos exigir isto”, destacou Deise. As negociações Em comunicados oficiais, divulgado na segunda-feira, o Barclays PLC e o AMB/Amro ressaltam que as negociações ainda estão na fase inicial e que não há certeza de que a transação será concluída. Caso o negócio dê certo, a união dos dois grupos resultará no quinto maior banco do mundo, com valor de mercado de US$ 160 bilhões. O ABN Amro – Barclays PLC teria ao todo 47 milhões de clientes e 220 mil empregados. Em entrevista à agência de notícia Bloomberg, o executivo-chefe do Barclays, John Varley, 50, disse que o banco está promovendo uma política mais “agressiva” para ingressar nos mercados emergentes. Citou a possível compra do ABN Amro, “com presença em 53 países”. Na mesma reportagem, Guy de Blonay, da New Star Asset Management, disse que o banco “Barclays está de olho no Brasil, Estado Unidos e Itália”. O Barclays é hoje o terceiro maior banco britânico, com presença na Europa e na África. Analistas entrevistados por vários jornais dizem que com a compra do ABN Amro, o Barclays poderá reforçar sua atuação na Ásia, Estados Unidos, Itália, Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo) e no Brasil, ampliando seus negócios no varejo e no mercado de capitais. “Esta é outra preocupação dos bancários do ABN. O Barclays é um banco de investimento, será que a empresa vai querer manter a rede de agências do ABN, que é voltado para o varejo?”, questionou Deise. O Barclays se originou de um dos bancos que surgiram em Londres no século 17. Foi fundado em 1690 pelos banqueiros-ourives John Freame e Thomas Gould. O nome Barclays veio em 1736, quando a filha de Freame se casou com James Barclay. Em 1896, houve uma fusão de vários bancos pequenos e o Barckays ficou conhecido como o Banco Quaker, já que as famílias donas dos bancos que se fundiram faziam parte desta tradição religiosa. Há 40 anos, o Barclaycard foi o primeiro cartão de crédito a operar no Reino Unido. O banco tem 1.617 agências fora da Inglaterra.



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