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1 de Janeiro de 2001 às 22:59

Bancários de todo país exigem fim da campanha publicitária do BB

(São Paulo) Funcionários do Banco do Brasil de todo país querem a suspensão da campanha publicitária chamada “Banco do João”, que substitui o nome da instituição na fachada de 300 agências e na página da empresa na internet por nomes de correntistas. A demanda foi protocolada na reunião de quinta-feira (4 de janeiro) com o presidente interino do Banco, Antonio Francisco Lima Neto, além de ter sido tema de protesto por parte do Sindicato de Brasília. Oficialmente, a troca de nomes nas fachadas, cujo custo não foi divulgado pela direção, está prevista para durar 30 dias. No entanto, os bancários criticam a campanha. Em comentários e e-mails enviados à página da Contraf-CUT, os internautas manifestam críticas à estratégia sem-sentido do Banco, além de pedirem por mais ações voltadas à finalidade da maior instituição financeira pública do país. Para Sérgio Braga, presidente do Sindicato de Alagoas e funcionário do BB, o principal problema da campanha publicitária é o conceito errado da campanha. “O foco parece ser apenas o de um banco de varejo, que concorre com os privados. E não é isso que é o BB, um banco que é do Brasil, que deveria ser voltado para o desenvolvimento, uma instituição necessária para o país”, defende. Ele acredita que, ao retomar esse tipo de postura, a empresa seria, de fato, de todos os brasileiros. Já Olivan Faustino, membro da Comissão de Empresa do Banco pela Federação dos Bancários da Bahia e de Sergipe, e secretário geral do Sindicato de Salvador, suspeita que há algo mais, por trás da campanha. “Embora o presidente interino tenha dito na reunião de ontem (4 de janeiro) não ser um privatista, acredito que haja algo no ar. A mudança de nome de um patrimônio público de quase 200 anos precisaria ser feita após consulta até ao presidente da República. Veja se uma Coca-Cola faria isso?”, compara. Para Olivan, do ponto de vista do cliente de nada adianta o banco colocar seu nome na agência se o atendimento continua ruim. Na visão dos funcionários, a verba seria melhor gasta fosse aplicada em melhorias das condições de trabalho e no fim do assédio moral, o que garantiria até um atendimento melhor e a fidelização do correntista. José Paulo Staub, do Sindicato de Curitiba, os bancários precisam se mobilizar. “Grande parte do suposto público-alvo da campanha está em férias, o que torna ainda mais sem sentido a campanha”, avalia. “Neste momento, é importante que os sindicatos de todo país organizem manifestações e atividades para exigir o fim da campanha. Mas temos o compromisso do Banco de retomar as placas originais”, completa.



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