O movimento sindical tem pressionado o empresariado e o Congresso Nacional para diminuir a carga horária de 44 para 40 horas semanais, sem corte nos salários. O movimento acontece duas décadas após a Constituição de 1988 ter reduzido a jornada legal de 48 para 44 horas. Além de aumentar a oferta de empregos, uma nova redução permite aos trabalhadores mais tempo para investir em qualificação profissional. As centrais sindicais prometem levar ao Congresso abaixo-assinado com mais de cinco milhões de assinaturas pela redução da jornada, no próximo dia 28 de maio. A data será marcada por manifestações, atos públicos e paralisações em defesa da aprovação do projeto de emenda constitucional de autoria dos senadores Paulo Paim (PT-RS) e Inácio Arruda (PCdoB-CE). Simulação feita pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas Socioeconômicos) indica que a redução da jornada de 44 para 40 horas semanais pode abrir espaço para a criação de 2,252 milhões de novos postos de trabalho com carteira assinada. Segundo o diretor do Dieese, Clemente Ganz, a redução na jornada deveria vir acompanhada de outras medidas, como o fim da hora-extra e a regulamentação do banco de horas. Assim, as empresas não poderiam compensar os efeitos de uma jornada menor de outra forma que não a contratação de trabalhadores.